Medida arranca em novembro devido à escassez de componentes eletrónicos e interrupções na produção; empresa assegura prontidão para retoma assim que o fornecimento normalize.
A Bosch Car Multimedia Portugal, em Braga, vai avançar com lay-off que abrangerá cerca de 2.500 trabalhadores, a partir de novembro e até ao final de abril de 2026, após ter comunicado internamente a suspensão temporária de contratos e/ou a redução de horários por falta de componentes e quebras recorrentes na produção. A empresa contextualiza a decisão com constrangimentos nas cadeias globais de abastecimento, destacando a escassez de chips e o impacto de alterações na política de comércio externo sobre fornecedores e clientes.
Em nota enviada, a multinacional refere estar a trabalhar com fontes alternativas de fornecimento, a otimizar níveis de stock na rede global e a processar soluções técnicas, mantendo equipas em contacto próximo com a Nexperia e restantes parceiros. A Bosch garante ainda que preservará a prontidão de produção nas áreas afetadas para responder de forma rápida e flexível logo que os componentes cheguem, antecipando o regresso à normalidade operacional assim que a quebra de abastecimento seja ultrapassada.
O mecanismo de lay-off, previsto no Código do Trabalho, permite às empresas reduzir temporariamente os períodos normais de trabalho ou suspender contratos por motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos, ou por ocorrências que afetem gravemente a atividade. No caso de Braga, a medida visa mitigar o efeito das interrupções na linha de fornecimento eletrónico, protegendo a capacidade produtiva e a relação com clientes até estabilizarem os fluxos de componentes.
Em pano de fundo, o grupo Bosch anunciou em setembro um plano de reestruturação na Alemanha que prevê a eliminação de mais de 13 mil postos de trabalho até 2030, cerca de 3% da força laboral global, concentrado na área automóvel. O objetivo declarado passa por reduzir custos em 2.500 milhões de euros anuais para reforçar a competitividade num setor pressionado por concorrência internacional e transição tecnológica.
































