Golo solitário garante vitória frente ao Santa Clara num jogo pobre, mas eficaz para os barcelenses
O Gil Vicente cumpriu os serviços mínimos este sábado na receção ao Santa Clara, vencendo por 1-0 e mantendo o 4.º lugar isolado na tabela classificativa, agora a apenas dois pontos do Benfica. Num jogo marcado pela falta de intensidade e criatividade, foi Pablo quem fez a diferença, ao marcar de cabeça o único golo da partida — o seu oitavo na Liga, igualando Pavlidis no topo da lista de melhores marcadores.
A formação açoriana revelou muitas dificuldades em criar perigo, longe da equipa surpreendente da época passada. Já os gilistas, apesar de uma exibição apagada, continuam a surpreender no campeonato, mesmo num dos jogos menos conseguidos da temporada.
Primeira parte sem chama
- Poucos motivos de interesse e muitos passes falhados marcaram os primeiros 45 minutos.
 - César Peixoto fez apenas a substituição forçada: Zé Carlos II entrou para o lugar de Luís Esteves, expulso em Alverca.
 - Vasco Matos manteve o onze que venceu o AVS, com várias alterações face ao jogo da Taça da Liga frente ao Sp. Braga.
 
O golo surgiu no primeiro remate à baliza: Joelson trabalhou bem na esquerda e cruzou com precisão para Pablo, que cabeceou para o fundo das redes. Santa Clara teve mais posse, mas sem ameaçar verdadeiramente a baliza de Andrew — exceção feita a um remate de Lucas Soares que obrigou o guarda-redes gilista a intervir.
Segunda parte sem novidades
- O jogo manteve-se lento, com poucas ideias e escassas aproximações às balizas.
 - Serginho rematou à figura de Andrew e Murilo testou Gabriel Batista, mas sem sucesso.
 
Figura do jogo: Pablo
- Marcou o golo decisivo no único momento de espaço que teve.
 - Soma oito golos na Liga e partilha a liderança dos melhores marcadores com Pavlidis.
 - Num jogo cinzento, foi o raio de luz que garantiu mais três pontos aos galos.
 
César Peixoto reconhece dificuldades frente ao Santa Clara mas valoriza vitória
Treinador do Gil Vicente admite mérito do adversário e destaca equilíbrio defensivo da sua equipa
Apesar de admitir que o jogo frente ao Santa Clara não correu como desejado, César Peixoto saiu satisfeito com os três pontos conquistados em casa. O treinador do Gil Vicente reconheceu o mérito dos açorianos e sublinhou a capacidade da sua equipa em manter-se sólida mesmo em momentos de menor inspiração ofensiva.
“Vitória muito difícil”
“Foi um jogo difícil para nós. O Santa Clara dificultou-nos muito a vitória. Entrámos bem, fizemos o golo, mas depois baixámos e não soubemos gerir bem o jogo com bola”, afirmou Peixoto, explicando que a equipa teve dificuldades na pressão e na gestão da posse. “Não conseguimos fazer o jogo do costume por mérito do Santa Clara. Não foi o jogo que queríamos fazer, mas defendemos bem e o adversário não criou oportunidades.”
Equilíbrio defensivo como prioridade
Com apenas quatro golos sofridos na competição, o técnico rejeita a ideia de ser exclusivamente um treinador ofensivo. “O meu trabalho é manter a equipa equilibrada. Valorizo tanto a defesa como o ataque. Queremos uma equipa coesa, compacta e organizada. Mesmo quando não conseguimos jogar, conseguimos defender.”
Adversários mais preparados
Peixoto admite que o bom momento da equipa tem levado os adversários a preparar melhor os jogos. “Estamos numa posição que obriga os outros a estudar-nos mais. Hoje foi mérito do Santa Clara, que estabilizou o jogo. Nós fomos precipitados, perdemos muitas bolas por erros individuais. Não vamos abdicar de jogar bem, mas hoje não tivemos capacidade de dominar com bola.”
Zé Carlos e gestão do plantel
Sobre a exibição de Zé Carlos II, o treinador destacou a confiança que deposita no jogador. “Tem sido o nosso 12.º jogador. Tem características diferentes do Luís Esteves, mas fez um jogo competente. Não foi por ele que não tivemos controlo de bola. O Santi também não esteve ao nível habitual, mas é outro jogador em quem acreditamos e que continuará a ter minutos.”
Vasco Matos elogia atitude do Santa Clara e pede mais “fome” no último terço
Treinador destaca evolução tática e compromisso da equipa após empate em Barcelos frente ao Gil Vicente
Na sala de imprensa após o jogo frente ao Gil Vicente, Vasco Matos mostrou-se satisfeito com a exibição do Santa Clara, sublinhando a capacidade da equipa açoriana em controlar a posse de bola e em impor a sua dinâmica. “Só nos faltou ter mais fome no último terço”, admitiu o técnico, reconhecendo que a finalização continua a ser um ponto a melhorar.
Reação à goleada em Braga
Questionado sobre se a equipa ficou aquém na resposta à derrota pesada sofrida em Braga, Matos foi claro: “Tirando o desempenho no último terço, não. No compromisso, na atitude, na entrega, não há nada a dizer. Não são muitas equipas que chegam a Barcelos e fazem o jogo que o Santa Clara fez.”
Apesar de não estar satisfeito com o resultado, o treinador acredita que a equipa está no caminho certo: “Temos a noção do que estamos a trabalhar.”
Roda final com os jogadores
No final do encontro, Vasco Matos reuniu os jogadores em círculo no relvado. “Foi para enaltecer esta atitude, este compromisso. O que nós fizemos, poucas equipas conseguiram fazer. Este compromisso e atitude é o nosso caminho.”
Sistema tático mais sólido
Sobre a mudança para o sistema 4-2-3-1, o técnico considera que a equipa ganhou maior capacidade de ligação e posse: “Este sistema traz mais variabilidade e dá mais capacidade de ter bola, isso é inequívoco.”
Matos destacou ainda a solidez defensiva demonstrada frente ao AVS e ao Gil Vicente, fruto de uma linha média mais preenchida. “Queremos continuar a evoluir a ideia e chegar a zonas de finalização com mais força e espetar a faca no adversário.”
O treinador revelou também a aposta em Djé Tavares, jogador que na época passada atuava nas distritais dos Açores.
Por que não arriscar mais cedo?
Vasco Matos justificou a gestão do jogo com a fase de adaptação da equipa ao novo sistema: “A equipa estava bem em jogo e sentimos que ainda não podemos arriscar. Não é a meter mais avançados que vamos melhorar. Conseguimos criar ligações, só temos de chegar a zonas de finalização com mais fome.”
Ficha de jogo
Jogo no Estádio Cidade de Barcelos, em Barcelos.
Gil Vicente – Santa Clara, 1-0.
Ao intervalo: 1-0.
Marcadores
1-0, Pablo, 10 minutos.
Equipas
– Gil Vicente: Andrew, Zé Carlos, Elimbi, Buatu, Konan, Zé Carlos Ferreira (Sérgio Bermejo, 71), Facundo Cáseres, Santi García, Gonçalo Maia, 89), Murilo (Hevertton Santos, 89), Pablo (Gustavo Varela, 71) e Joelson Fernandes (Martín Fernández, 62).
(Suplentes: Dani Figueira, Tidjany Touré, Sérgio Bermejo, Hevertton Santos, Martín Fernández, Espigares, Gonçalo Maia, Bassco Soyer e Gustavo Varela).
Treinador: César Peixoto.
– Santa Clara: Gabriel Batista, Lucas Soares, Luís Rocha, Sidney Lima, Paulo Vítor (João Costa, 90), Adriano Firmino, Paulo Pereira, Serginho (Matheus Pereira, 72), Vinicius Lopes (Elias Manoel, 71), Wendel Silva (José Tavares, 72) e Brenner Lucas.
(Suplentes: João Afonso, Diogo Calila, Matheus Pereira, Elias Manoel, João Costa, Frederico Venâncio, Luquinhas, Dyé e Henrique).
Treinador: Vasco Matos.
Árbitro: Sérgio Guelho (AF Guarda).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Lucas Soares (51), Adriano Firmino (53), Joelson Fernandes (55), Luís Rocha (62) e Gonçalo Maia (90+2).
Assistência: 5.475 espetadores.
            
		































