Tribunal de Gijón iliba quatro portugueses após considerar provado que as relações sexuais foram consentidas
O Tribunal de Gijón absolveu, esta sexta-feira, quatro jovens do Minho — dois de Braga e dois de Famalicão — que estavam a ser julgados por suspeitas de violação coletiva contra duas jovens espanholas, de 22 e 23 anos, ocorrida nas Astúrias. A decisão, que deverá ser divulgada publicamente após anonimização, iliba por completo os arguidos, que sempre negaram as acusações.
A confirmação foi avançada ao jornal O MINHO pelo advogado de defesa, Germán-Ramón Inclán Méndez, que sublinhou que a sentença “não deixa qualquer margem para dúvidas”. Segundo o jurista, a justiça espanhola reconheceu que as relações sexuais foram consentidas e que não existiu qualquer crime da natureza imputada ao grupo.
Defesa fala em “verdade finalmente restabelecida”
O advogado manifestou satisfação pela decisão, sublinhando que os seus clientes “sempre mantiveram a mesma versão dos factos”. Inclán Méndez salientou ainda que a absolvição encerra um processo que marcou profundamente os quatro homens, que chegaram a ser surpreendidos pela polícia na manhã seguinte aos acontecimentos, quando foram detidos e submetidos a buscas.
De acordo com a defesa, os jovens — um com 32 anos e três com 28 — garantiram desde o início que as relações ocorreram de forma totalmente voluntária e que as alegadas vítimas “saíram pelo seu próprio pé e sem qualquer tipo de constrangimento”.
Vídeo de carácter íntimo foi peça central para a absolvição
Durante o julgamento, que decorreu à porta fechada por envolver crimes de natureza sexual, a defesa apresentou um vídeo gravado por um dos arguidos, no qual, segundo o advogado, se comprovaria o consentimento das jovens espanholas. Esse elemento, juntamente com outras provas documentais e testemunhais, foi decisivo para que o tribunal optasse pela absolvição plena dos quatro portugueses.
Inclán Méndez recorda que, apesar do caráter reservado da audiência, a defesa sempre esteve disponível para que o julgamento fosse público, alegando não ter “nada a esconder”.
Acusação pedia penas pesadas e avultadas indemnizações
A acusação particular solicitava penas que variavam entre um ano e meio e 22 anos de prisão, bem como indemnizações que poderiam atingir 25 mil euros por vítima. Dois dos jovens chegaram a cumprir prisão preventiva entre julho e setembro de 2021, período que, segundo a defesa, causou “fortes danos pessoais e profissionais”.
A advogada das queixosas, Loreto Diaz Rodríguez, mantinha a tese de violação coletiva, rejeitando qualquer cenário de consentimento.
Processo encerra com absolvição total
Com a decisão agora conhecida, o tribunal encerra um caso que gerou grande atenção mediática em Portugal e em Espanha, particularmente pela gravidade das acusações e pela detenção inicial dos jovens. A sentença, que será disponibilizada publicamente após eliminação dos dados pessoais, confirma a absolvição integral dos quatro acusados, que deixam o processo “completamente ilibados”, nas palavras do advogado.



































