Movimento Amar e Servir Braga Declara Fim da Disponibilidade para Negociar Pelouros

O movimento independente Amar e Servir Braga (ASB) anunciou esta terça-feira que já não está disponível para assumir qualquer pelouro no executivo municipal de Braga, alegando que o prazo para negociações “está esgotado”. A decisão foi comunicada pelo líder do movimento, Ricardo Silva, após a reunião do executivo camarário.

Segundo o vereador, os três eleitos pelo ASB irão concentrar-se agora exclusivamente nas funções de oposição e fiscalização. “Já não estamos disponíveis para negociações para pelouros. O prazo está esgotado”, afirmou, reiterando que a posição do movimento se mantém inalterada desde a fase inicial das conversações.

A resposta do presidente da Câmara, João Rodrigues, eleito pela coligação Juntos por Braga (PSD/CDS-PP/PPM), foi lacónica: “Pronto. Fiquei a saber pela comunicação social”, disse aos jornalistas, evitando aprofundar o tema.

O impasse entre o executivo e o ASB tem origem na primeira ronda de negociações, durante a qual João Rodrigues admitiu a possibilidade de atribuir pelouros a um ou dois dos vereadores independentes. O movimento recusou, defendendo que a aceitação deveria ser equitativa: “ou os três, ou nenhum”. Perante a falta de acordo, o ASB mantém-se agora firme na intenção de desempenhar um papel de oposição estruturada.

O quadro político municipal tornou-se mais complexo após as eleições de 12 de outubro, que resultaram num equilíbrio entre a coligação Juntos por Braga, a coligação Somos Braga (PS/PAN) e o ASB, cada uma com três vereadores. O Chega e a Iniciativa Liberal (IL) elegeram um vereador cada.

A situação evoluiu entretanto com a decisão da vereadora Catarina Miranda, eleita pelo PS/PAN, que aceitou pelouros e se desvinculou da coligação, assumindo o estatuto de independente. Para Rui Rocha, vereador da Iniciativa Liberal, esta dissidência deixou o PS “decapitado”, uma vez que o cabeça-de-lista, António Braga, já havia renunciado ao mandato.

Rui Rocha acrescentou ainda que o vereador do Chega, Filipe Aguiar, “está disponível para viabilizar” as iniciativas da maioria, motivo pelo qual, defende, nem PS nem Chega têm desempenhado um papel efetivo de oposição. A IL, garantiu, manterá uma postura de “oposição leal e rigorosa”.

Por seu lado, o vereador socialista Pedro Sousa voltou a criticar a saída de Catarina Miranda, afirmando que o partido “não sai diminuído” com a decisão, mas que “quem se diminui é quem não preserva a nobreza do caminho”. Segundo Pedro Sousa, a mudança da vereadora de um “mandato de oposição e escrutínio” para um de exercício de poder configura um desvio face ao compromisso assumido perante os eleitores.

A decisão do ASB encerra, assim, qualquer possibilidade imediata de integração no executivo, reforçando a fragmentação política no município de Braga e deixando nas mãos da maioria liderada por João Rodrigues a gestão de um cenário cada vez mais marcado por alianças circunstanciais e equilíbrios delicados.

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