Capitão do Caldas fala em falta de verdade desportiva e acusa sistema de favorecer os clubes grandes
Futebol | Taça de Portugal
Diogo Clemente, capitão do Caldas, deixou duras críticas à Federação Portuguesa de Futebol no final da derrota frente ao SC Braga (0-3), nos oitavos de final da Taça de Portugal, disputados em Torres Vedras, após a polémica transferência do jogo do Campo da Mata a menos de 24 horas do apito inicial.
Visivelmente indignado, o médio considerou que a decisão prejudicou gravemente o Caldas e atentou contra os princípios da verdade desportiva.
“Quem perdeu foi o futebol português”
“O futebol português está podre. Quem perdeu hoje foi o futebol português. Não houve verdade desportiva e os pequenos são sempre lesados”, afirmou Diogo Clemente, num discurso marcado pela revolta.
O capitão revelou que o clube foi informado da alteração do local do jogo apenas por correio eletrónico, a escassas 24 horas do encontro.
“Avisaram o Caldas por e-mail, dizendo-nos que tínhamos uma hora para decidir se queríamos jogar em Torres Vedras ou no Jamor. Há coisas que não se compreendem”, criticou.
Apesar disso, fez questão de sublinhar os valores do clube: “Caráter, honra e dignidade são valores que não faltam nas Caldas”.
Comparação com os grandes clubes
Diogo Clemente foi ainda mais incisivo ao denunciar aquilo que considera um tratamento desigual no futebol português.
“Isto era como obrigarem o Benfica a jogar em Alvalade. Os grandes é que contam. Este é o futebol português… perdoem-lhes, eles não sabem o que fazem”, atirou.
O jogador explicou que a mudança de estádio reduziu drasticamente as hipóteses competitivas da equipa.
“No Campo da Mata tínhamos 5% de possibilidades de ganhar, porque as coisas são mesmo assim. Aqui tínhamos 1%. Vejam como estava este relvado”, lamentou.
Lesões ignoradas e crítica ao modelo competitivo
O capitão do Caldas denunciou ainda que houve jogadores da equipa lesionados durante o encontro, sem que isso tivesse merecido atenção por parte das entidades responsáveis.
“Houve lesões de jogadores do Caldas, mas isso não interessa, porque só se preocupam com os grandes”, afirmou.
Diogo Clemente deixou ainda uma crítica mais abrangente à organização das competições nacionais, lembrando que a Taça da Liga já é disputada apenas por clubes de escalões superiores.
“Já temos a Taça da Liga que é só para os grandes. Se quiserem fazer o mesmo para a Taça de Portugal, estão à vontade…”, concluiu.
As declarações do capitão do Caldas surgem na sequência de um dia marcado por forte contestação à decisão da FPF, que motivou protestos do clube, dos jogadores e da equipa técnica, reacendendo o debate sobre igualdade e justiça no futebol português.
































