Presidente do Sporting reconhece que não houve grande penalidade frente ao Santa Clara, fala em dois pesos e duas medidas na arbitragem e acusa comunicação social de amplificar polémicas
O presidente do Sporting, Frederico Varandas, reconheceu esta terça-feira que não existiu penálti no lance envolvendo Hjulmand, no jogo frente ao Santa Clara, mas considerou incompreensível a dimensão da polémica criada em torno do caso, apontando o dedo àquilo que classificou como uma “histeria coletiva” no futebol português.
À margem da goleada dos leões frente ao Vitória de Guimarães (4-1), Varandas analisou o estado atual da arbitragem nacional e garantiu que, ao contrário do passado, “a arbitragem hoje é livre e não tem dono”, ainda que continue a ser falível.
“Na minha opinião, não é penálti. Houve um erro. Mas não se admite que se ande 12 ou 14 minutos à procura de um fora de jogo. O que se criou à volta disto foi um escândalo nacional completamente desproporcionado”, afirmou.
Dois pesos e duas medidas
O líder leonino comparou o caso dos Açores com outros lances recentes envolvendo rivais diretos, nomeadamente o Benfica, questionando o silêncio mediático nalgumas situações.
“Basta recuar 24 horas e ver um Farense-Benfica. Uma simulação mal assinalada, livre, golo. Silêncio total. Há um mês, um canto mal marcado deu golo ao Sporting e tivemos capas de jornais. Porquê dois pesos e duas medidas?”, questionou.
Varandas salientou ainda que o Benfica já beneficiou de nove penáltis esta época, defendendo que lances semelhantes, se envolvessem o Sporting, seriam alvo de muito maior contestação pública.
Arbitragem sem donos, mas com erros
O presidente dos ‘leões’ voltou a sublinhar que a arbitragem portuguesa é hoje independente, ao contrário do que acontecia durante décadas.
“Crescemos num futebol onde a arbitragem tinha dono. FC Porto e Benfica. Com nomes. Hoje isso não existe. Há erros? Há. Mas são erros humanos, normais, que acontecem para todos.”
Varandas rejeitou a ideia de que a arbitragem esteja pior do que no passado e criticou a pressão constante exercida sobre os árbitros, alertando para um clima que considera “irrespirável”.
Críticas a Benfica e FC Porto
O dirigente visou também as estratégias de comunicação dos rivais, acusando Benfica e FC Porto de contribuírem para o clima de ruído permanente em torno da arbitragem.
“São duas estratégias de histerismo. Comunicam para criar ruído. Isso só piora o ambiente e não ajuda o futebol português.”
Como solução, Varandas defendeu multas pesadas para dirigentes e clubes que comentem arbitragens publicamente.
“O presidente do Sporting fala de arbitragem? Multa de 100 mil euros. O Benfica faz um tweet? 200 mil. É a única forma de respirarmos.”
Olhar desportivo
Apesar da polémica, Varandas destacou a vitória em Guimarães, sublinhando a resposta da equipa num contexto de ausências importantes.
“Foi um jogo à bicampeão. Mostrámos força de grupo e personalidade.”
O presidente concluiu garantindo que o ruído externo serve de motivação interna.
“Esta histeria coletiva é gasolina para o balneário. Gasolina super para o tricampeonato.”
































