As operadoras de telecomunicações apelaram ao regulador para intervir na fraude que lesa o Estado em 100 milhões de euros por ano. Quanto ao serviço universal do sector fixo, todas concordam que não faz sentido. Até a Nos.

Por ano, a pirataria tem um impacto de 300 milhões de juros nas contas das operadoras de telecomunicações. E, por sua, vez, 100 milhões de euros nos cofres do Estado. Os números foram avançados pela directora de regulação da Nos, Filipa Carvalho, no debate sobre a regulação do sector que decorreu esta quinta-feira, 27 de Setembro, no congresso promovido pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC).

Tendo em conta este impacto, a responsável apelou ao regulador do sector (Anacom) para intervir na divulgação desta “fraude” que é “um flagelo que existe e que tem milhares de prevaricadores”, apontou, referindo-se aos streamings ilegais de filmes, séries ou jogos de futebol, por exemplo.

O tema do serviço universal também esteve em discussão. E numa coisa todas as operadoras concordam: a prestação de serviço universal no segmento fixo, que actualmente é prestado pela Nos, não faz sentido. Um entendimento que é partilhado, inclusive pela operadora liderada por Miguel Almeida.

Sofia Aguiar, responsável pelo pelouro da regulação da Altice Portugal, começou por apontar que no caso dos postos de telefone públicos e listas telefónicas – serviços assegurados pela Meo – verificam “que estes serviços têm ainda uma grande adesão por parte dos consumidores”. Por isso, faz todo o sentido que se mantenham. Já no serviço fixo, não temos a mesma opinião.

A Vodafone “aplaude a decisão do regulador” em terminar com o serviço público, como relembrou Madalena Sutcliffe.

Já Filipa Carvalho pediu a palavra para responder à rival da dona da Meo: “Achei piada à Sofia (Aguiar). Os postos e listas fazem sentido. O fixo não, como não sou eu que presto”.