A greve dos trabalhadores da administração pública está a registar uma adesão no Grande Porto “acima das expectativas”, quer na saúde, “superior a 90%”, quer na educação, com “a maior parte das escolas encerradas”, disse hoje fonte sindical.

Em declarações à Lusa, o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte, Orlando Gonçalves, afirmou que na saúde a adesão “está acima dos 90%, com as consultas externas encerradas, assim como as colheitas de sangue, em praticamente todos os hospitais da zona”.

“Os serviços mais afetados são os que não tem serviços mínimos para os assegurar, que é o caso das consultas externas, colheitas de sangue e blocos operatórios para a cirurgias programadas”, sublinhou, citando como exemplo os hospitais de São João e de Vila Nova de Gaia.

De acordo com o mesmo dirigente sindical, “os internamentos estão também a funcionar com os mínimos”.

“A adesão nos hospitais está fortíssima, acima das nossas expectativas, uma vez que já estão a começar a ser aplicadas as 35 horas [de trabalho por semana] e houve a publicação do acordo coletivo, embora ainda não esteja a ser aplicado na íntegra”, frisou.

Na educação, segundo Orlando Gonçalves, já era esperada uma elevada adesão, porque “este ano letivo arrancou com falta de trabalhadores não docentes nas escolas e os trabalhadores estão exaustos”.

“Na educação já prevíamos este cenário. Praticamente todas as escolas estão encerradas no concelho do Porto e noutros concelhos da região Norte”, como por exemplo a escola secundária Clara de Resende, o Conservatório de Música do Porto e a escola do Cerco, disse.

Em seu entender, “é a resposta dos trabalhadores ao Governo, que perceberam, analisando e verificando o Orçamento de Estado para 2019, que era possível ir mais além, era possível um orçamento mais justo”.

O sindicalista referiu também que no Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Porto a adesão é de cerca de 80%, com “cinco ambulâncias inoperacionais só no Porto”.