Será que o sexo vicia da mesma forma que o álcool ou os estupefacientes? Fomos à procura da resposta certa.

Sexo viciante?

Na verdade é que damos um uso à palavra “vicio” que é diferente do seu real significado. Tecnicamente, um vício é um fracasso recorrente na altura de controlar o comportamento, apesar das consequências negativas que daí advêm. Um homem que tenha várias mulheres não é propriamente viciado em sexo. Contudo, alguém que não é capaz de parar de se masturbar enquanto vê pornografia já se encaixa no perfil.

Quando o desejo vira doença

O impulso sexual exagerado é uma realidade e aparece na população geral em cerca de 5%, refere um estudo publicado na Journal of Behavioral Addictions. No entanto, tal prevalência pode estar subestimada. Basta ter em linha de conta as limitações morais e sociais que a sociedade nos impõe. Quando questionada com este tema sobre sexo, a dra. Joana Sampaio Nogueira, psicóloga clínica no NEDOsaúde, em Lisboa, afirmou ser difícil, “com os dados que temos hoje em dia, predizer o funcionamento mental de uma pessoa viciada em sexo. Primeiro, é necessário analisar se a pessoa com sintomatologia hiperssexual apresenta, ou não, evidências de alguma perturbação psicológica. Exemplos disto é o comportamento obsessivo-compulsivo, ansiedade, comportamentos impulsivos, entre outros”.

A dificuldade do diagnóstico

No caso de não apresentar nenhum distúrbio além da atividade sexual excessiva, “surge sempre a questão se devemos pensar logo em algo patológico. É que, na verdade, não existem ainda informações suficientes para se declarar, por si só, uma condição patológica”. Mas o comportamento sexual excessivo existe. E relativamente ao vício em sexo… tudo começa por algum lado.