Lei reduziu para metade compra de sacos de plástico

Hoje é dia de banir sacos de plástico. A taxa ambiental chegou aos sacos de plástico com asas de gramagem fina em 2015 e contribuiu para diminuir a sua circulação. Mas não chega, dizem os ambientalistas. É preciso taxar todos os sacos sem exceção e disponibilizar mais sacos reutilizáveis.

s números ajudam a pôr as coisas em perspectiva. Ei-los: em média, um saco de plástico de utilização única não tem mais de 25 minutos de vida útil nas mãos de um utilizador. Mas, largado no ambiente, persiste ali entre cem e 500 anos, dependendo dos materiais. Nesse meio tempo, que é uma eternidade em termos ambientais, o material de que é feito vai-se partindo em pedaços cada vez mais pequenos, que contaminam os ecossistemas e invadem a cadeia alimentar. Assustador, sim, mas não é tudo. Os cálculos mostram que a cada minuto há um milhão de sacos de plásticos que estão a ser utilizados em todo o mundo. Não surpreende que 80% de todo o lixo marinho seja feito de plástico.

No Dia Internacional sem Sacos de Plástico, que hoje se assinala, estes são dados que mostram a urgência de alterar padrões de consumo e de utilização de materiais que marcam o dia-a-dia, um pouco por todo o planeta. Em Portugal, a legislação que passou a vigorar em fevereiro de 2015, taxando os sacos de plástico com asas e gramagem inferior a 50 mícron – os sacos de plástico finos, com asas, que antes disso eram distribuídos gratuitamente nos supermercados -, teve um efeito positivo na redução da sua utilização.

Dados do Instituto Nacional de Estatística do ano passado mostraram que houve uma redução de cerca de 14 000 toneladas de sacos de quaisquer dimensões, bolsas e cartuchos de polímeros de etileno, vendidos entre 2013 e 2017. No primeiro ano, venderam-se 73 000 toneladas, e em 2017 já só foram comercializados cerca de 60 000. Já a Quercus aponta para uma redução em 50% na aquisição de sacos de plástico de asas de supermercado.

“Lei deve abranger todos os sacos de plástico”

Nas contas do ambiente, no entanto, estas metas são insuficientes, até porque “existe neste momento a perceção de que os sacos de plástico de asas de gramagem superior, que passaram a ser vendidos nos supermercados, e que não são abrangidos pela taxa em vigor, estão a aumentar”, observa Susana Fonseca, que na associação ambientalista Zero acompanha esta problemática. Aparentemente, sublinha, “as pessoas já integraram o valor da compra do saco. Os sacos de utilização única parecem estar a tornar-se, de novo, mais presentes”.