O grupo de enfermeiros que há precisamente um ano avançou com as greves às cirurgias programadas nos hospitais está a preparar uma nova ação de luta. A iniciativa “de certa forma inovadora” está a ser suportada pela verba que sobrou da campanha de crowdfunding.
Numa publicação no Facebook, esta sexta-feira de manhã, o denominado grupo “Greve Cirúrgica” dá conta de que passou um ano desde a primeira greve e das intenções de voltar à luta “em breve”.
“Temos estado mais silenciosos, mas não parados, e muito brevemente regressaremos à luta ativa contra quem não nos respeita e não quer reconhecer o nosso valor”, referem, sem especificar o que tencionam fazer.
“Está já na forja uma nova forma de intervenção formal junto das mais altas entidades do país, com responsabilidade nesta matéria, por forma a voltar a trazer para a ordem do dia os problemas e injustiças que enfrentamos todos diariamente, fruto da falta de rumo de sucessivos Governos na regulação da nossa profissão”, escrevem.
Ao JN, a enfermeira Sara Rego deixou claro que, nesta primeira fase, não está nenhuma greve em cima da mesa. Mas assegurou que se a ação que está a ser preparada não funcionar, a greve volta a ser uma possibilidade.
“O nosso objetivo é que sejamos atendidos sem causar o transtorno que sempre advém de uma greve. Mas se não surtir o efeito que pretendemos podemos voltar a pensar numa greve”, admitiu.
O segredo em torno da ação que será desenvolvida provavelmente “antes do final do ano” prende-se com a necessidade de informar primeiro os colegas e só depois a comunicação social, justificou a enfermeira, admitindo que se trata de uma “iniciativa de certa forma inovadora”.