O Ministério Público acusou oito arguidos portugueses por recrutamento, adesão e apoio ao autodenominado Estado Islâmico e financiamento ao terrorismo, anunciou o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Desde 2013 que o Ministério Público estava a investigar a atividade de um grupo de portugueses convertidos ao islão e que se radicalizaram, vindo a integrar o EI, refere o DCIAP na sua página na internet.
Dois dos arguidos acusados foram este ano encontrados e interrogados em Portugal e um deles está a cumprir prisão preventiva na cadeia de Monsanto.
“Os restantes, cujo interrogatório não foi possível realizar, encontram-se em paradeiro incerto, havendo apenas a informação que um deles se encontra preso na Síria”, escreve o DCIAP.
O processo foi instaurado após informações recebidas das autoridades britânicas, que davam conta “do envolvimento de cidadãos portugueses no rapto de dois jornalistas, um britânico, John Cantlie, e outro holandês, Jeroen Oerlemens, ocorrido na Síria em julho de 2012”, indica o comunicado.
Durante seis anos de investigação “foi possível descrever e reconstruir, do ponto de vista criminal, mas também histórico e sociológico, a radicalização organizada desse grupo de cidadãos portugueses e a sua deslocalização para a Síria, com as suas mulheres e filhos, para integrarem as fileiras do Estado Islâmico e cumprirem a “jihad” (guerra santa)”.