A Microsoft vai descontinuar, a partir desta terça-feira, o suporte ao Windows 7. Especialistas dizem que deixa de ser seguro usar computadores com este sistema operativo para aceder às contas bancárias e até para enviar emails.
A Microsoft anunciou que vai deixar continuar a produzir atualizações para o Windows 7, com o objetivo de se concentrar “em novas tecnologias”. Em resultado disso, os utilizadores deixarão de receber atualizações de segurança e as correções que mantêm as máquinas seguras.
Sem novas atualizações de segurança, os computadores ficam vulneráveis aos ataques de piratas informáticos, que podem explorar falhas no código do software para entrar nas máquinas e furtar dados pessoais, acesso a contas bancárias ou até fazer reféns empresas ou câmaras, como aconteceu em Portugal, com a Câmara de Vinhais.
Segundo o Centro Nacional de Segurança Cibernética (NCSC, na sigla original) do Reino Unido, deixa de ser seguro aceder a operações bancárias e até usar o email em computadores com Windows 7 a partir desta terça-feira.
“Instamos os utilizadores a substituir os computadores não suportados o mais rápido possível, a não os usar para tarefas sensíveis, como o acesso às contas bancárias, e a mover dados sensíveis par aparelhos com suporte ativo”, disse à cadeia britânica de televisão BBC um porta-voz do NCSC.
A Microsoft explica as razões das vulnerabilidades. “Usar computadores sem atualizações significa que as falhas no código não serão corrigidas e podem ser exploradas e conhecidas largamente, aumentando as hipóteses de ser atacado com sucesso”, disse o vice-presidente da segurança e pesquisa da empresa norte-americana, Rik Ferguson, no blogue da Trend Micro.
A Microsoft diz que a melhor forma de estar seguro é mudar para o Windows 10, um sistema operativo que tem à venda por 145 euros. “E a melhor forma de desfrutar do Windows 10 é com um novo computador”, argumenta a empresa fundada por Bill Gates e Paul Allen, em 1975.
“Embora seja possível instalar o Windows 10 num dispositivo antigo, tal não é recomendado”, acrescenta a Microsoft, na página oficial da companhia. Segundo a empresa, este sistema operativo, que esteve em oferta gratuita para utilizadores do 7 até 29 de julho de 2016, requer um PC com processador de 1 GHz, 16 GB de disco e 1 GB de memória RAM.
A Microsoft aconselha os utilizadores do Windows 7, que se estima sejam 25% do total de clientes da empresa a nível mundial, a fazer cópias de segurança dos ficheiros pessoais e fotografias, e a preparar-se para a mudança. Na página da Microsoft são apresentadas as várias soluções.
A empresa sublinha que os computadores com Windows 7 continuam a funcionar normalmente, ficando progressivamente menos seguros online, à medida que passa o tempo após o fim do suporte e os piratas informáticos vão descobrindo falhas no código, que deixam de ser corrigidas. O uso do PC offline é perfeitamente seguro.
As empresas podem, também, continuar a usar o Windows 7, pelo menos até 2023. Mas, a segurança tem um custo.
A Microsoft mantém as atualizações para o Windows 7 Profissional e Enterprise, com uma extensão das atualizações de segurança que pode custar entre 20 e 200 euros, por computador, consoante o tamanho da empresa ou o número de aparelhos.
A melhor opção é mudar de sistema operativo e de máquinas, mas há empresas e instituições, como hospitais e repartições públicas, que têm sistemas assentes no Windows 7 e que não podem mudar rapidamente para o 10, devido aos custos associados, que podem implicar a compra de computadores.