A Paróquia de Priscos inaugurou ontem a Casa do Abade reabilitada, que agora acolhe o Centro Interpretativo dos Abades de Priscos. Este projeto, que demorou 19 anos a concretizar, representa um investimento total de 840 mil euros e celebra o legado dos sacerdotes que serviram a comunidade.
A cerimónia contou com a presença do arcebispo primaz de Braga, D. José Cordeiro, e do vereador João Rodrigues, da Câmara Municipal de Braga. O padre João Torres destacou que a obra foi possível graças ao envolvimento da comunidade, que contribuiu com trabalho voluntário e não apenas com donativos financeiros.
“Sem o povo de Priscos, esta Casa e este Centro Interpretativo não seriam possíveis. Seria impensável fazer este restauro”, afirmou o pároco.
Presépio ao Vivo e Pudim Abade de Priscos
O Centro Interpretativo ocupa quatro salas e inclui espaços dedicados a figuras dos principais abades da região, à história da paróquia e à cozinha onde nasceu o icónico Pudim Abade de Priscos, criado pelo Abade Manuel Joaquim Machado Rebelo.
O local está situado junto ao recinto do Presépio ao Vivo de Priscos, um evento de grande notoriedade que ajudou a viabilizar o projeto e tem direito a um dos quadros expositivos do centro.
Investimento e Apoio Municipal
A reabilitação da Casa do Abade teve um custo de 750 mil euros, enquanto a instalação do Centro Interpretativo exigiu mais 90 mil euros, sendo que 85 mil euros foram assegurados pelo Orçamento Participativo do Município de Braga.
A visita guiada, conduzida pelo historiador Rui Ferreira, levou os presentes a explorar quatro temáticas essenciais do Centro: os abades de Priscos, o Abade cozinheiro, a história da paróquia e, finalmente, o Presépio Vivo de Priscos. Durante a visita, D. José Cordeiro enalteceu o caráter de “memória para o futuro” do centro, realçando o significado simbólico da obra e da inauguração.
No seu discurso, o Arcebispo destacou a importância da iniciativa, citando um provérbio inscrito nas paredes do centro: “A receita é fácil, difícil é acertar”. Este provérbio, segundo D. José Cordeiro, reflete a complexidade de concretizar projetos significativos, especialmente quando se lida com lideranças que têm um verdadeiro sentido de serviço à comunidade.
Por sua vez, o padre João Torres sublinhou que a criação deste centro interpretativo é fruto de um “sonho de 19 anos” e que representa uma verdadeira “obra de preservação, estudo e partilha”. A sua missão é permitir que as novas gerações compreendam a evolução da paróquia e o impacto do seu património material e imaterial. O sacerdote revelou que a reabilitação da Casa do Abade custou cerca de 750 mil euros, com a intervenção no Centro Interpretativo somando um total de 90 mil euros, dos quais 85 mil foram assegurados pelo Orçamento Participativo da Câmara de Braga.
O vereador João Rodrigues aproveitou a ocasião para reforçar o valor do Orçamento Participativo, destacando que iniciativas como esta são a prova de que as comunidades podem ser protagonistas na criação de projetos que valorizem o património local. O autarca também elogiou a parceria existente entre a Câmara de Braga e a Arquidiocese de Braga, que considera essencial para o sucesso da cidade.
João Torres em entrevista à PressNET, referiu que o Centro Interpretativo dos Abades de Priscos oferece uma viagem pela história da freguesia, destacando os diversos abades que passaram por Priscos, com um foco especial no padre Manuel Joaquim Machado Rebelo, conhecido como o inventor do Pudim Abade de Priscos. O centro também aborda o papel dos abades na Idade Média e a forma como lidavam com a comunidade da época, uma parte essencial da história local. Não se pode falar de Priscos sem mencionar os abades, que foram figuras fundamentais na vida da freguesia.
Dentro do centro, os visitantes podem encontrar uma valiosa coleção de formas de pudim datadas do século XIX, bem como panelas e tachos da época. Além disso, está presente uma lista com o nome de todos os abades que serviram na paróquia ao longo dos anos, e, claro, o tradicional Presépio de Priscos também faz parte da exposição.
Em relação à Confraria do Pudim Abade de Priscos, o padre João Torres explicou que, embora a confraria faça um trabalho notável na promoção do famoso pudim e a paróquia reconheça esse esforço, não existe uma relação direta entre a confraria e a freguesia de Priscos. O pároco sublinhou que, apesar da importância da confraria na valorização do pudim, não há vínculos formais entre ela e a paróquia, reafirmando o papel independente de ambas as entidades.
O Centro Interpretativo dos Abades de Priscos pode ser visitado por marcação prévia.