Racismo – protesto reuniu entre dois a três mil adeptos vitorianos

Evento levado a cabo por grupo de sócios do Vitória de Guimarães pretendia protestar o tratamento dado aos denominados três grandes

A Marcha Preta e Branca, evento levado a cabo por um grupo de sócios do V. Guimarães, de protesto contra a «desigualdade» na Liga reuniu entre dois mil e a três mil adeptos vitorianos.

Sob chuva, os adeptos completaram o trajeto entre o Castelo de Guimarães e o Estádio D. Afonso Henriques exibindo tarjas e entoando cânticos de protesto contra as alegadas desigualdades no tratamento dados aos clubes pela Liga e comunicação social.

«O balanço [desta marcha] é incrível. Foram entre 2.000 a 3.000 pessoas, segundo o que a polícia comunicou ao grupo que organizou a marcha. Atendendo ao tempo que está, esteve muita gente. Isso quer dizer que as pessoas acreditaram na mensagem que passámos», disse à Lusa Ricardo Silva, um dos responsáveis pela organização da iniciativa.

Segundo o sócio do Vitória, esta medida visou «unir a nação vitoriana» num protesto que visa o privilégio dado aos denominados três grandes e ao tratamento que os adeptos recebem nos estádios.

O grupo de sócios vitorianos que organizou a marcha deste domingo já pretendia protestar contra tais «desigualdades» no jogo com o FC Porto, em 16 de fevereiro. AO intuito seria os adeptos deixarem as bancadas vazias, em boicote.  Porém, tal não aconteceu e o encontro ficou marcado pelos insultos racistas a Marega. 

Os cânticos racistas levaram a uma investigação da PSP e um inquérito do Ministério Público, para se identificarem os autores dos insultos.

Ricardo Silva considerou que esse momento acabou por ser «um dínamo para a indignação» manifestada pelos aficionados do Vitória, tendo criticado a forma como o clube e a cidade foram tratados no âmbito do processo.

O responsável frisou ainda que recebeu «muitas mensagens de apoio de adeptos de outros clubes» no âmbito da marcha.