Covid-19. Prestações ao banco vão subir para quem recorrer à moratória

Quem aceder à moratória dos bancos pode nem pagar juros nem capital até setembro, mas esses juros contarão para o cálculo da prestação a partir de outubro

As prestações dos créditos à habitação vão subir para os clientes que pedirem a sua suspensão no âmbito da moratória criada pelo Governo. O mesmo acontecerá para as empresas que também quiserem aceder a este regime. Isto porque os juros vencidos durante os seis meses da moratória serão capitalizados e incluídos no montante em dívida.

Este facto foi revelado pelo jornal Eco e pelo Público, com base no conjunto de perguntas e respostas que o Governo preparou sobre a moratória.

A moratória, disponível para créditos à habitação no que diz respeito aos clientes particulares e para empresas, será de seis meses. Haverá a suspensão das prestações de capital e/ou de juros para os clientes que não as puderem pagar devido às consequências da covid-19 até 30 de setembro, sendo que, com isso, haverá o prolongamento por mais seis meses dos contratos.

Só que nem tudo ficará igual quando chegar a outubro: “Os juros vencidos durante a moratória, bem como os restantes encargos, serão capitalizados e incluídos no montante em dívida, indo o valor da prestação a pagar até ao final do contrato ser ajustada em conformidade”, aponta a nota do Governo.

O Executivo dá vários exemplos, e em todos eles há agravamento das prestações. Um deles é de um crédito de 150 mil euros, a 30 anos, em que já decorreram 10 anos do empréstimo, faltando pagar 20 anos de prestações; a prestação mensal, calculada com Euribor a 6 meses e um spread de 1,5%, dá 495 euros. Após a moratória, não há apenas um aumento de seis meses do contrato; há também um aumento da prestação que, neste caso, passaria a ser de 498 euros a partir de outubro.

O mesmo acontece no caso das empresas e, aí, o agravamento até é maior, já que a taxa de juro associada é superior.