A União de Restaurantes de Braga de Apoio ao Covid-19 (URBAC 19) quer ser ouvida pelo Presidente da República e Primeiro-Ministro para expôr “as necessidades reais” por que está a passar a área da restauração e apresentar soluções para o setor resistir à crise gerada pela pandemia.
Em comunicado, o “grupo espontâneo” de empresários da restauração de Braga anuncia que “solicitou audiência ao Sr. Presidente da República, ao Sr. Primeiro Ministro, ao Sr. Ministro da Economia, ao Sr. Ministro das Finanças, à Direcção Regional do Norte da Segurança Social e à Direcção Regional Norte do IEFP”.
Questionado sobre se a URBAC 19 está confiante que o seu pedido seja atendido, um dos elementos do grupo é perentório: “Claro que sim. Já tivemos videoconferências com deputados, eurodeputados, poder local e esperamos, agora, chegar mais longe”.
A URBAC 19 envolve já mais de 130 membros, que representam um universo de cerca de 1400 colaboradores, os quais, se não forem tomadas medidas, terão os seus postos em risco. “Neste momento, temos uma pandemia a nível mundial e uma chacina empresarial em Portugal. A falta de sensibilidade com que olham para este sector é, no mínimo, um ultraje à nossa ética enquanto empresários. O cenário é de guerra, em campo aberto e ao longe já vimos as valas comuns onde querem colocar os nossos negócios”, refere o comunicado.
Devido à pandemia, “a grande maioria das casas está fechada, portanto as receitas são zero”, pelo que para fazer face às despesas e evitar despedimentos, o setor precisa de maior apoio.
“Precisamos que as medidas de financiamento sejam mais abrangentes, que haja uma parte de fundo perdido para fazer face às despesas imediatas, que as taxas de juro sejam mais baixas e, neste momento, em que a maioria dos estabelecimentos está em ‘lay-off’ total ou parcial, que a comparticipação do ‘lay-off’ por parte do Estado fosse maior. E logo a seguir vamos precisar de incentivos para a fase de recuperação económica, porque não acreditamos que, quando reabrirmos, vamos trabalhar com casa cheia. Vamos ter dificuldades no arranque”, nota o membro da URBAC 19 com que, notando que “muitos dos restaurantes já passaram pela outra crise”.
No entanto, acrescenta, esta é “diferente, porque começou como um problema de saúde (…) e se forem tomadas medidas amplas e eficazes, porque o sistema financeiro está melhor, poderá não ser tão grave como a outra crise”, conclui.
Por isso mesmo, o grupo de empresários da restauração de Braga quer ser ouvido pelos mais altos responsáveis políticos, porque, como defendem no seu manifesto, “as medidas anunciadas pelo governo nada mais são do que uma mão cheia de nada obrigando-nos hoje a criar uma dívida, para que com o futuro incerto, a tenhamos de pagar”.