Os trabalhadores das carreiras gerais do Hospital de Braga prometem continuar “a luta” pela assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho, depois de uma jornada de dois dias de greve, intercalados, com “cerca de 80%” de adesão.

Em declarações à Lusa, o representante do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte Orlando Gonçalves explicou que “nada mudou” depois da jornada de luta, que começou com uma greve e protesto na segunda-feira e terminou hoje, com outro dia de paralisação.

Os cerca de 800 trabalhadores exigem que seja feita no Hospital de Braga a adesão ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), defendendo que agora estão a ser “discriminados e a perder dinheiro e direitos”.

O Hospital de Braga funcionou até ao 31 de agosto em Parceria Público Privada entre o Estado e o Grupo Mello, tendo passado a Entidade Publica Empresarial.

“Vamos ter que reunir em plenário e encontrar, discutir novas formas de luta, porque isto é uma injustiça”, garantiu Orlando Gonçalves.

Segundo o sindicalista, há “trabalhadores nas mesmas funções a trabalhar 35 horas semanais porque estão do ACT e outros 40 porque ainda estão com acordos individuais de trabalho”.

“O mesmo trabalho é pago de formas diferentes”, sustentou.

Questionado sobre se a administração do Hospital de Braga, que na segunda-feira, em comunicado, afirmou estar disponível para resolver a situação o mais breve possível, entrou em contacto com os trabalhadores, Orlando Gonçalves afirmou que não.

“Não houve qualquer tentativa de aproximação por parte nem da administração do Hospital nem do Ministério da Saúde. Nós já fizemos várias ações de luta, já fomos mesmo para a porta do ministério, foi-nos dito que a situação estava dependente do Ministério das Finanças, mas desde fevereiro que nada sabemos”, explicou.

Em comunicado, o Hospital de Braga tinha reiterado que “continua fortemente empenhado na resolução do processo de adesão aos Acordos Coletivos de Trabalho (ACT) dos seus trabalhadores, assegurando um diálogo permanente, quer com a Tutela, quer com a com a Direção-Geral do Emprego e Relações do Trabalho (DGERT) para a conciliação de posições entre todas as partes que resulte um consenso para a celebração destes Acordos”.

A administração garante que “todos os processos de adesão aos ACT dos diferentes grupos profissionais estão a ser tratados de forma equitativa e imparcial, havendo a preocupação constante para a sua resolução”.

“Por uma questão de igualdade”, acrescenta o hospital”, “todos os Acordos a serem estabelecidos com as diferentes Estruturas Sindicais deverão obedecer à maior uniformidade possível para aplicação e entrada em vigor dos referidos instrumentos de regulamentação coletiva”.

“Harmonizar as condições de trabalho dos trabalhadores, nomeadamente nas atualizações salariais e uniformização da carga horária semanal, é matéria de indiscutível relevância para este Conselho de Administração que manterá a sua atenção e foco para a resolução destes processos”, conclui o hospital.