Bracarenses alcançaram a maior vitória fora do Sp. Braga na Taça e junta-se aos ‘grandes’ no sorteio.

O SC Braga garantiu esta segunda-feira a passagem aos oitavos de final da Taça de Portugal ao golear, fora de portas, o Olímpico do Montijo por 7-0, no Jamor, casa emprestada do conjunto da margem sul do Tejo. A turma do Campeonato de Portugal resistiu durante 28 minutos, altura em que Abel Ruíz abriu o marcador com uma ‘bomba’.

Paulinho dilatou, pouco depois, o marcador para o conjunto de Carlos Carvalhal, com Ricardo Horta (73′), João Novais (77′), Tormena (86′) e Galeno (87′) a marcarem, também, antes de Iuri Medeiros fechar o resultado já em cima do minuto 90.

Carlos Carvalhal promoveu cinco alterações no ‘onze’ em relação à vitória por 2-0 frente aos ucranianos do Zorya, na Liga Europa, com destaque para a estreia a titular do ‘menino’ Rodrigo Gomes, de apenas 17 anos, diante de uma equipa que entregou todo o jogo aos bracarenses, numa estratégia defensiva que resultou durante o primeiro terço da partida.

As tentativas ‘arsenalistas’ de inaugurar o marcador esbarravam na ‘muralha’ montada pelo conjunto de Rui Narciso, que sofreu o primeiro susto aos nove minutos, num corte defeituoso de Moamed Silla que quase deu autogolo, seguido de um remate potente de Sequeira ao lado.

A formação minhota, superior em toda a linha, esteve muito perto do golo em várias ocasiões, com destaque para os livres diretos de João Novais, aos 19 e 22 minutos: o primeiro passou ligeiramente por cima e o segundo foi travado por uma enorme defesa do guarda-redes Miguel Lázaro.

Já depois de um cabeceamento perigoso de Paulinho aos 24, em resposta a um canto de João Novais, o SC Braga inaugurou o marcador, quatro minutos depois. A boa organização do adversário obrigou os bracarenses a tentar a meia distância, e foi assim que Abel Ruiz abriu o ativo, ampliado aos 30 por Paulinho, apenas a encostar um passe de André Horta.

A intensidade baixou após mais uma oportunidade de ‘ouro’ que Miguel Lázaro impediu a Paulinho, aos 33, registando-se apenas um livre de Sequeira por cima até ao intervalo. No reatamento, o guarda-redes da equipa da margem sul do Tejo voltou a estar em bom plano, numa defesa a remate de João Novais, aos 53.

Os últimos 20 minutos foram um descalabro para a equipa do Campeonato de Portugal, já muito desgastada fisicamente. O recém-entrado Ricardo Horta aproveitou uma recarga após mais uma grande defesa de Miguel Lázaro a cabeceamento de Tormena, aos 72, com o quarto tento a surgir cinco minutos volvidos, numa grande penalidade cobrada por João Novais.

A turma do Minho não baixou os braços e, com o triunfo já garantido, marcou mais três golos nos minutos finais. Aos 85, Tormena antecipou-se à saída do guarda-redes montijense e cabeceou para o quinto golo, tendo Galeno, de imediato, feito o sexto após jogada individual.

A entrar no período de descontos, Iuri Medeiros deu a melhor sequência à assistência de Abel Ruiz e concluiu a goleada, que levou o Sporting de Braga até aos oitavos de final da ‘prova-rainha’.

Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, em declarações aos jornalistas após a goleada sobre o Olímpico do Montijo por 7-0 na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal:

«É uma vitória contra uma equipa séria, que defrontou uma equipa muito séria também, que foi o Sp. Braga. Abordámos o jogo a sério, com muita determinação e respeitámos o adversário.

Respeitar o adversário é a mentalidade inglesa e essa mentalidade é jogar nos limites até ao último segundo de jogo, independentemente do resultado.

O adversário deu bastante luta. Houve um momento do jogo, no início da segunda parte em que tivemos uma quebra da dinâmica entre segundo e terceiro golo. A responsabilidade é minha, porque tenho de gerir a equipa. Passámos a não ter nenhum jogador aberto no lado esquerdo e um pé esquerdo no corredor, levámos o resultado para valores que são a maior vitória fora do Sp. Braga na Taça.»

Rui Narciso, treinador do Olímpico do Montijo, em declarações aos jornalistas após a goleada por 7-0 sofrida frente ao Sp. Braga na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal:

«Não acho que os números tenham sido exagerados, tenho de ser sincero. A diferença de valores entre as equipas é gritante.

Tínhamos consciência de que íamos defrontar uma equipa que além de ter uma qualidade individual grande e que apresenta processos coletivos muito bem solidificados. Tivemos a oportunidade de analisar o Sp. Braga, que é uma equipa bem sólida no seu processo ofensivo. E tem dinâmicas muito dificieis de defender. Há um mês vimos isso numa vitória por 3-2 sobre o Benfica no Estádio da Luz e vimos contra o Leicester, que é uma das melhores equipa da Premier League.

O resultado refletiu a disparidade do valor entre as duas equipas. O Miguel Lázaro fez uma grande exibição e salvou-nos de números ainda maiores.

Claro que não ficamos felizes com estes números. Não era isto que queríamos, sair daqui com uma derrota por 7-0. Não nos deixa nada orgulhosos: pelo clube, pela cidade e pelas pessoas.

Tínhamos a consciência de que era uma utopia ganhar, mas com dois ou 3-0 ficaríamos de ânimo mais leve.»

[O que transmitiu aos jogadores durante a semana?]

«Transmiti-lhes que não temos nada a perder neste tipo de jogos. Tínhamos a perder se houvesse números exagerados. A derrota é um bocado pesada, mas é espelhada pela diferença entre as equipas. Na 2.ª parte, para o resultado ser mais dilatado, o Sp. Braga teve de recorrer a jogadores com qualidade diferente e que têm vindo a jogar, e que são talvez melhores do que os que jogaram na primeira parte. E fizeram a diferença na segunda parte. E à medida que o resultado se vai avolumando vai-se perdendo a magia de fazer alguma coisa na Taça.

O Jamor é um estádio mítico e poder estar aqui é o realizar de um sonho para muitos. Inclusive para mim enquanto treinador. Nunca tinha tido o prazer de ter estado aqui enquanto jogador ou treinador. Fico é angustiado por não ter público.

Rui Narciso

Veja aqui os sete golos dos bracarenses ao Olímpico Montijo

Ficha de jogo

Jogo realizado no Estádio Nacional, em Oeiras.

Olímpico do Montijo – Sporting de Braga, 0-7.

Ao intervalo: 0-2.

Marcadores:

0-1, Abel Ruiz, 28 minutos.

0-2, Paulinho, 30.

0-3, Ricardo Horta, 72.

0-4, João Novais, 77 (grande penalidade).

0-5, Tormena, 85.

0-6, Galeno, 86.

0-7, Iuri Medeiros, 90.

Equipas:

– Olímpico do Montijo: Miguel Lázaro, Bruno Saraiva (Diogo Santos, 64), Rauciele Avinte, Miguel Ângelo, Rodrigo Antunes, Rodolfo Simões, Moamed Silla, Alexandre Sousa (Diogo Lobo, 55), Victor Veloso (Patchú Monteiro, 65), Leonardo Teles e Tiago Nunes (Lucas Alves, 81).

(Suplentes: João Ascenso, Diogo Lobo, Xinle Yang, João Monteiro, Diogo Santos, Lucas Alves e Patchú Monteiro).

Treinador: Rui Narciso.

– SC Braga: Tiago Sá, Zé Carlos, Bruno Viana (Tormena, 46), Raúl Silva, Sequeira (Ricardo Esgaio, 46), Al Musrati, João Novais, Rodrigo Gomes (Iuri Medeiros, 69), André Horta (Galeno, 69), Abel Ruiz e Paulinho (Ricardo Horta, 57).

(Suplentes: Rogério Santos, Ricardo Esgaio, Tormena, Fransérgio, Iuri Medeiros, Galeno e Ricardo Horta).

Treinador: Carlos Carvalhal.

Árbitro: Gustavo Correia (AF Porto).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Abel Ruiz (61) e João Novais (71).