O presidente da Liga Portuguesa de Futebol, Pedro Proença, considerou “lamentável” a decisão do Tribunal de Guimarães que absolveu o adepto do Vitória de ter tapado o rosto com o casaco, no jogo em que se deu o caso Marega.

Em reação à sentença noticiada este sábado pelo JN, Pedro Proença escreveu, no Twitter, que “esta decisão é lamentável e coloca em causa os esforços que as instâncias desportivas têm feito na exclusão de comportamentos nocivos do Desporto”.

O Tribunal de Guimarães anulou a multa instaurada pela Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto (APCVD) a um adepto do Vitória de Guimarães que tapou o rosto com o capuz do casaco, durante o jogo que ficou marcado pelo caso Marega.

O apoiante do Vitória tinha sido autuado pela APCVD por tapar o rosto de forma parcial, no Estádio D. Afonso Henriques. A sanção da APCVD impunha o pagamento de 750 euros de multa, mais 76,50 euros de custas do processo. A multa baseou-se no auto da PSP, autoridade que visionou as imagens de videovigilância do Estádio D. Afonso Henriques, naquele dia, a propósito do inquérito aberto após o jogador Moussa Marega ter abandonado o estádio, durante o jogo, na sequência de insultos racistas.

O adepto recorreu para o Tribunal de Guimarães, que o absolveu. O Tribunal entendeu que o ato de fechar um casaco com capuz incorporado “não é suficiente para o preenchimento do preceito incriminador”, enquadrando-se numa situação normal de apertar um casaco no inverno.

O presidente da Liga Futebol afirma, agora, que o Futebol “tem estado na linha da frente do combate a todas as formas de violência, racismo e intolerância”, manifestando discordância pública com a decisão.