Ana Gomes, candidata nas últimas eleições presidenciais, avançou com uma queixa na Procuradoria-Geral da República (PGR) para extinguir o Chega, partido liderado por André Ventura, que também foi derrotado por Marcelo Rebelo de Sousa.

A ex-eurodeputada socialista apresentou uma lista com mais de 40 pontos, pedindo à PGR que “instrua o Ministério Público a desencadear um processo de reapreciação da legalidade do Partido Chega pelo Tribunal Constitucional e de consideração da eventual extinção judicial desse partido”, segundo avança o DN.

Ana Gomes, que ficou no segundo lugar nas eleições, uma posição à frente de Ventura, acrescenta que fará chegar a participação à presidente da Comissão Europeia, ao presidente do Parlamento Europeu, ao diretor da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia, ao secretário-geral do Conselho da Europa, ao secretário-geral da ONU e aos diretores da Europol e do Eurojust.

Recorde-se que durante as campanhas, André Ventura prometeu que pediria demissão do Chega caso ficasse atrás da socialista, e cumpriu logo no discurso após os resultados, para imediatamente lançar nova candidatura. Ana Gomes também disse que, caso fosse eleita, iria avançar com o pedido de reapreciação da legalização do partido de Ventura.

Gomes pede ainda que seja investigada a origem do financiamento do partido e dos seus líderes e “as agressões, ameaças e incitamentos à violência” que o Chega e que os seus dirigentes e militantes têm vindo a desencadear “contra jornalistas e ativistas políticos”.

Ana Gomes garante ter sido alvo de “ameaças e ofensas” no Twitter, que denunciou, “incluindo com a ominosa instigação pública ‘não és bem-vinda’”. A antiga diplomata argumenta ainda que “cabe ao MP requerer a extinção de partidos políticos qualificados como partido armado ou de tipo militar, militarizado ou paramilitar, ou como organização racista ou que perfilha a ideologia fascista”.