EM CAUSA AS POEIRAS DO NORTE DE ÁFRICA QUE CHEGARAM A TERRITÓRIO PORTUGUÊS.

Céu acinzentado, poeira e alguma chuva à mistura. É este o cenário que poderá encontrar até quarta-feira, 31 de março, em Portugal Continental. 

Se as poeiras que chegam do Norte de África já se fizeram sentir no fim de semana, agora deverá juntar-se os aguaceiros.

A meteorologista Maria João Frada, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) fala sobre as previsões:

Numa publicação no Facebook, o IPMA explica que durante o fim de semana a presença de poeiras na atmosfera “fez-se de forma mais visível na zona sul do território continental. Também os cidadãos da zona centro que olhassem para o céu virados para sul, terão visto à distância o céu de uma cor acinzentada”. 

A partir desta segunda feira, “todas as previsões apontam para um aumento significativo da concentração de poeiras nos céus de Portugal Continental, inicialmente a sul mas a estender-se a todo o território ao longo do dia”. Amanhã a concentração deverá continuar muito elevada e só na quarta-feira é que haverá uma diminuição.

“Estas poeiras estão a chegar a Portugal Continental através da circulação induzida por uma depressão em altitude que afetou o território do arquipélago da #Madeira e que se encontra em deslocação na direção do Continente”, indica o comunicado colocado no Facebook. 

DGS alerta para fraca qualidade do ar

A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda cuidados redobrados para a população mais sensível, como crianças e idosos.

“Está a ocorrer uma situação de fraca qualidade do ar no continente, prevendo-se que a mesma se mantenha hoje e terça-feira”, um fenómeno que se deve à “intrusão de uma massa de ar proveniente dos desertos do Norte de África”, adiantou a DGS.

Em comunicado, a DGS refere que o efeito deste fenómeno pode ser enfraquecido com a chuva que está prevista para algumas zonas do país, o que permitirá reduzir a concentração de partículas no ar.

Estas partículas inaláveis têm “efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, nomeadamente nas crianças e idosos, cujos cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações”, adiantou ainda a DGS.

Nesse sentido, é recomendado que a população em geral reduza os esforços prolongados, limite a atividade física ao ar livre e evite a exposição a fatores de risco, como o fumo do tabaco e o contacto com produtos irritantes.

“Os grupos de cidadãos, pela sua maior vulnerabilidade aos efeitos deste fenómeno, para além de cumprirem as recomendações para a população em geral, devem permanecer no interior dos edifícios e, se viável, com as janelas fechadas”, avisou a DGS.

Além das crianças e idosos, a DGS aponta como vulneráveis pessoas com problemas respiratórios crónicos, principalmente asma, e doentes do foro cardiovascular, recomendando que, em caso de agravamento de sintomas, devem contactar a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) ou recorrer a um serviço de saúde.