Um golo de Sporar, aos 90+1, valeu hoje um triunfo feliz ao SC Braga por 2-1, na 25.ª jornada da I Liga de futebol, depois de uma segunda parte em que o Farense foi melhor, mas não marcou.
Depois de, na primeira parte, Al Musrati ter inaugurado o marcador, aos 29 minutos, e Pedro Henrique ter empatado pouco depois (34), ambos na sequência de bola parada, seria o avançado esloveno a decidir a partida nos minutos finais (90+1) com alguma felicidade.
O SC Braga, que pode agradecer o triunfo à prestação de Matheus, continua no quarto lugar, com 53 pontos, enquanto o Farense, que não ganha em casa desde 10 de janeiro (3-1 ao Gil Vicente), ocupa o 16.º lugar, com 22 pontos.
No Farense, a lesão de Licá – rendido por Fabrício Isidoro – obrigou Jorge Costa a fazer uma alteração face ao triunfo no Estádio do Bessa sobre o Boavista (1-0), enquanto Carlos Carvalhal operou duas mudanças no ‘onze’ bracarense em relação à derrota caseira com o Benfica (0-2): entraram Raul Silva e João Novais para os lugares de Bruno Rodrigues e Fransérgio (ausente por castigo).
Os primeiros minutos deixaram antever um SC Braga, no habitual 3-4-3, com mais bola, e um Farense, em 4-1-4-1, mais pragmático, deixando o adversário trocar o esférico em fase de construção e pressionando apenas no seu meio-campo defensivo.
Com esta estratégia, que tentava envolver os bracarenses numa ‘teia’ para apostar depois em transições rápidas, a equipa algarvia até criou as primeiras oportunidades sérias de golo, que obrigaram Matheus a aplicar-se com duas boas defesas.
Aos 10 minutos, o guardião brasileiro travou um remate forte de Ryan Gauld, à entrada da área, e depois, aos 18, ‘esticou-se’ para defender um ‘tiro’ cruzado rasteiro de Bilel, com Pedro Henrique a atirar às malhas laterais na recarga.
Seria, contudo, o Sporting de Braga a inaugurar o marcador, por Al Musrati, aos 29 minutos, ganhando o duelo aéreo com Amine ao segundo poste, na sequência de um canto de João Novais, originado por um corte decisivo de César num ataque prometedor dos forasteiros.
A vantagem durou apenas cinco minutos e o golo algarvio foi tirado praticamente ‘a papel químico’ do dos bracarenses: canto de Ryan Gauld na direita para o segundo poste, Matheus saiu em falso e surgiu Pedro Henrique, deixando Borja ‘nas covas’ e a cabecear com sucesso.
Até final da primeira parte, o Farense perdeu, por lesão, Fabrício Isidoro – o médio-centro estava a jogar na ala e Jorge Costa mexeu a pensar no ataque, escolhendo o desequilibrador Madi Queta -, enquanto o Sporting de Braga teve duas boas ocasiões: Ricardo Horta, após excelente jogada coletiva, atirou ao lado (36), e Abel Ruiz cabeceou para fora, na sequência de mais um canto de Novais (40).
Na entrada para o segundo tempo, o jogo manteve-se dividido: Al Musrati rematou rasteiro a rasar o poste esquerdo de Beto (51) e Ryan Gauld, de fora da área, obrigou Matheus a mais uma excelente defesa (59).
Observando uma equipa algo apática em termos ofensivos, Carlos Carvalhal apostou em Sporar e Gaitán, aos 60 minutos, e a reação teve um efeito ligeiro, com o argentino a criar perigo (desvio por cima, aos 64), esgotando-se rapidamente.
Aos 80 minutos, surgiu nova grande oportunidade, com Ryan Gauld a cruzar de forma perfeita para Pedro Henrique e Matheus a ‘brilhar’, bloqueando o cabeceamento do avançado brasileiro, que aos 88, na ‘cara’ do guardião, desperdiçou novamente na recarga a um cabeceamento de Lucca.
O golo decisivo, aos 90+1, acabou por surgir contra a corrente da partida na fase final: Galeno criou a jogada pela esquerda, foi à linha de fundo cruzar rasteiro para Gaitán falhar, surgindo Sporar, à segunda tentativa, a empurrar a bola para dentro da baliza de Beto.
Ficha de jogo
Jogo no Estádio de São Luís, em Faro.
Farense – Sporting de Braga, 1-2.
Ao intervalo: 1-1.
Marcadores:
0-1, Al Musrati, 29 minutos.
1-1, Pedro Henrique, 34.
1-2, Sporar, 90+1
Equipas:
– Farense: Beto, Tomás Tavares, César, Eduardo Mancha, Abner, Amine, Bilel (Mansilla, 76), Ryan Gauld, Jonatan Lucca, Fabrício Isidoro (Madi Queta, 40) e Pedro Henrique.
(Suplentes: Hugo Marques, Filipe Melo, Hugo Seco, Madi Queta, Mansilla, Bura, Bandarra, Djalma e Cássio).
Treinador: Jorge Costa.
– Sporting de Braga: Matheus, Tormena, Raul Silva, Borja, Ricardo Esgaio, Al Musrati, João Novais, Galeno, Lucas Piazon (Gaitán, 60), Ricardo Horta (Rolando, 90+5) e Abel Ruiz (Sporar, 60).
(Suplentes: Tiago Sá, Zé Carlos, Rolando, Gaitán, André Horta, Sporar, Caju, Rodrigo Gomes e Bruno Rodrigues).
Treinador: Carlos Carvalhal.
Árbitro: Rui Costa(Porto).
Ação disciplinar: Cartão amarelo para Borja (49) e Manuel Balela, delegado do Farense (57).
Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, em conferência de imprensa, depois da vitória sobre o Farense (2-1), no Algarve, em jogo da 25.ª jornada da Liga:
– Antevíamos um jogo difícil. O Farense é uma boa equipa, tem bons jogadores, uma boa organização. Fizemos uma primeira parte muito boa, tendo em conta as dificuldades que o Farense nos criou: fechou-se bem e fechou muito os espaços. Tivemos paciência, circulámos a bola, fomos por fora e entrámos por dentro. Criámos algumas oportunidades de golo e não era fácil, pela forma como o Farense se posicionava.
– Além do golo, tivemos mais duas ou três situações. Mas sentia-se que o Sporting de Braga estava melhor no jogo, anulava bem os contra-golpes do Farense e estava relativamente confortável no jogo. Justificava-se estarmos a vencer ao intervalo. Uma segunda parte diferente: fizemos hoje o 42.º jogo da época e, pela primeira vez, vencemos com uma dose de felicidade. Até ao momento, nunca vencemos nenhum jogo com essa dose de felicidade. Empatámos um jogo em que reconheci que o ponto foi positivo, em Famalicão, e agora esta vitória em que se me oferece dizer que tivemos uma dose de felicidade pela primeira vez esta época para conseguir os três pontos.
– Só para concluir: não há dose de felicidade sem acreditar, sem buscar aquilo que se conseguiu. Mesmo com o Farense a criar situações de perigo, que o Matheus resolveu e muito bem, nunca deixámos de acreditar que poderíamos fazer golo e procurámos sempre a baliza adversária. Acabámos por ter essa felicidade, porque também a procurámos, mas reconheço que foram três pontos muito felizes e altamente penalizadores para o Farense.
Jorge Costa, treinador do Farense, em conferência de imprensa, depois da derrota na receção ao Sp. Braga (1-2), em jogo da 25.ª jornada da Liga:
– Acima de tudo, faltou eficácia. Nós jogámos contra um dos grandes, umas das melhores equipas do nosso campeonato, uma equipa que tem muita qualidade com e sem bola. Acho que foi mais mérito nosso, do que demérito do Sporting de Braga, as escassíssimas oportunidades que o Braga teve para marcar. Controlámos sempre o jogo com e sem bola, fechámos muito bem os espaços interiores, onde o Braga é fortíssimo, conseguimos sair em transições rápidas e conseguimos criar oportunidades claríssimas de golo.
– Em alta competição, principalmente quando defrontamos uma equipa de grande qualidade, quando não és eficaz, normalmente não és feliz no final. Não me vou agarrar à sorte ou ao azar, porque isso vale pouco. A justificação para não levarmos nenhum ponto hoje tem que ver com isso, com a falta de eficácia nas muitas oportunidades que tivemos para marcar e em que devíamos ter sido bem mais letais.
Veja aqui os melhores momentos da partida do algarve