Guerreiros do Minho não vencem há quatro jornadas 

O Gil Vicente aproximou-se da manutenção na I Liga portuguesa de futebol e o Sporting de Braga ‘fechou’ o quarto lugar após as equipas terem empatado hoje 1-1, numa partida da 32.ª jornada com maior domínio bracarense.

Os ‘arsenalistas’ entraram melhor no desafio e adiantaram-se no marcador por Ricardo Horta, aos nove minutos, mas os gilistas aproveitaram a sua melhor fase na primeira parte para empatarem por Claude Gonçalves, aos 29, antes de conterem o ascendente contrário na segunda parte.

A equipa treinada por Carlos Carvalhal alargou a série de jogos sem triunfos para quatro e passou a somar 60 pontos, tendo ficado impossibilitado de lutar pelo terceiro posto, ocupado pelo Benfica, com 67, enquanto a formação de Barcelos manteve o 11.º lugar, com 36, tendo mais seis do que a equipa em lugar de acesso ao ‘play-off’ de manutenção, o Boavista, 16.º classificado.

As duas equipas quiseram mostrar-se perigosas desde o primeiro apito do árbitro, com cruzamentos sem sequência, mas os bracarenses exibiam maior fluidez ofensiva e demoraram pouco a chegar à vantagem, com um lance bem gizado.

No regresso ao ‘onze’, Galeno vislumbrou Esgaio solto na ala direita, e o lateral direito ganhou a linha final antes de atrasar a bola para o desvio certeiro de Ricardo Horta, fora do alcance de Denis, aos nove minutos.

Com Al Musrati e Castro de volta ao meio-campo, a formação treinada por Carlos Carvalhal ameaçou novo golo por Abel Ruiz, aos 10 minutos, e por Galeno, aos 12, beneficiando da incapacidade gilista na pressão para circular a bola em terrenos adiantados.

Os anfitriões tiveram de esperar pelos 25 minutos para se adiantarem novamente no terreno, mas foram rápidos a materializar a reação no golo da igualdade, mesmo sem criarem ocasiões prévias.

Na sequência de um ‘alívio’ bracarense para a entrada da grande área, Claude Gonçalves, um dos dois elementos que regressou ao ‘onze’ dos ‘galos’, a par de Paulinho, empatou o duelo num remate forte, rasteiro e colocado, indefensável para Matheus, ao minuto 29.

O tento ‘avivou’ o desafio, com ambos os conjuntos a procurarem chegar à área contrária em movimentos rápidos, mas sem conseguirem melhor do que um remate de Fransérgio ao lado, ao minuto 41.

O ritmo decaiu na segunda parte, com a ‘corrente’ do jogo a ‘inclinar-se’ no sentido da baliza gilista e a traduzir-se num remate de Galeno à malha lateral aos 51 minutos, noutro de Fransérgio por cima, aos 56, e num cabeceamento de Bruno Rodrigues, agarrado por Denis, aos 63.

Depois de um período de domínio bracarense, sem perigo claro, as equipas desperdiçaram as oportunidades mais clamorosas do desafio na ‘reta final’.

O ‘arsenalista’ Sporar falhou o desvio final com a baliza à mercê, após combinação na faixa esquerda, aos 83 minutos, e o gilista Kanya Fujimoto respondeu na ‘mesma moeda’, aos 87, atirando por cima com a baliza deserta, após cruzamento de Lourency.

Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, na sala de imprensa, após igualdade (1-1) frente ao Gil Vicente:

«Foi um passo dado em frente em relação ao último jogo. Uma primeira parte bem conseguida contra uma equipa difícil de ser batida e poucas equipas têm a organização defensiva do Gil Vicente. Tivemos a capacidade para abrir espaços, criar oportunidades e dominar o jogo em absoluto.

O golo surgiu de uma forma injusta por aquilo que estávamos a produzir. Fizemos o suficiente durante os 90 minutos para vencer. A fluidez de jogo está boa, criamos oportunidades, mas não estamos a ser felizes na finalização. Fizemos um golo, mas podíamos ter feito dois ou três para sair daqui com uma vitória. Saímos penalizados por não éter conseguido finalizar as oportunidades que temos.

Estávamos focados neste jogo e era preciso dar um passo em frente em relação ao jogo com o Paços. Faltou aqui concretizar as oportunidades que tivemos para sair daqui com uma vitória boa. Em termos de qualidade de jogo, atitude, entrega, acho que fizemos um jogo ao nível do que é a nossa equipa. Aquilo que queremos para o próximo jogo é dar um passo em frente e concretizar as oportunidades.

Ricardo Soares, treinador do Gil Vicente, na sala de imprensa, após igualdade (1-1) frente ao Sp. Braga:

«Foi um jogo difícil. O Sp. Braga, atendendo aos últimos resultados, queria mostrar que fez uma grande temporada. Entrou muito bem, criou algumas dificuldades nos primeiros 25 minutos. Surpreendeu-nos com a saída do interior para corredor, principalmente para a direita, criando superioridade.

Nós corrigimos, depois equilibramos e acabámos a primeira parte com o jogo equilibrado e com boa consistência de jogo da minha equipa. Queríamos ter mais bola, mas não foi possível.

Na segunda parte fomos melhores do que na primeira parte, entrámos mais fortes e coesos e o jogo foi mais equilibrado. Tivemos de defender mais do que aquilo que era o nosso plano de jogo. Tivemos as nossas oportunidades de golo, o Braga também, mas se calhar as nossas são mais e melhores. O resultado acaba por ser justo.

[ponto importante?] Extremamente importante. Queríamos vencer, jogámos para ganhar, mas apanhámos um Braga muito forte, que foi unanimemente a melhor equipa a jogar em Portugal. Foi essa equipa que apareceu cá. Um ponto é sempre importante porque estamos a caminhar e os pontos valem muito. Não está feito, temos consciência disso, mas é um ponto motivador para atingir o mais rápido possível a manutenção.

Ficha de Jogo

Jogo no Estádio Cidade de Barcelos.

Gil Vicente – SC Braga, 1-1.

Ao intervalo: 1-1.

Marcadores:

0-1, Ricardo Horta, 09 minutos.

1-1, Claude Gonçalves, 29.

Equipas:

– Gil Vicente: Denis, Paulinho (Joel Pereira, 86), Rodrigão, Rúben Fernandes, Talocha, Vítor Carvalho, Claude Gonçalves (Pedrinho, 70), Lucas Mineiro (Ygor Nogueira, 87), Antoine Léautey (Kanya Fujimoto, 69), Lourency e Samuel Lino (Baraye, 90).

(Suplentes: Beunardeau, Joel Pereira, Diogo Silva, Ygor Nogueira, Henrique Gomes, Pedrinho, Kanya Fujimoto, Baraye e Miullen).

Treinador: Ricardo Soares.

– SC Braga: Matheus, Esgaio, Bruno Rodrigues, Tormena, Sequeira, Al Musrati, Castro (João Novais, 62), Fransérgio, Ricardo Horta (Gaitán, 75), Galeno e Abel Ruiz (Sporar, 75).

(Suplentes: Tiago Sá, Zé Carlos, Zé Pedro, Borja, André Horta, João Novais, Piazón, Gaitán e Sporar).

Treinador: Carlos Carvalhal.

Árbitro: André Narciso (Associação de Futebol de Setúbal).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Paulinho (62), Sequeira (78) e Bruno Rodrigues (88).

Veja aqui os melhores momentos do jogo desta noite: