O SC Braga fechou a I Liga com um empate sem golos em casa do Portimonense, que, assim, assegurou a permanência na I Liga na última jornada da prova.

Os algarvios apenas precisavam do empate para garantirem definitivamente a permanência, pois ainda corriam algum risco de descida no arranque da jornada, mas a igualdade sem golos com os ‘arsenalistas’, que já tinham assegurado anteriormente o quarto lugar final na prova, sossegou os adeptos do clube de Portimão.

Com este empate, o Portimonense ocupa de momento, pois ainda decorre o último jogo da prova, o 14.º lugar, com 35 pontos, enquanto o SC concluiu no quarto posto, com 64 pontos.

O empate acabou por premiar os algarvios, que tiveram as melhores ocasiões de golo na partida, frente aos minhotos, que jogaram em Portimão em poupança de esforços já com o pensamento na final da Taça de Portugal.

Carlos Carvalhal apresentou um ‘onze’ com oito alterações em relação ao encontro da jornada anterior diante do Moreirense (vitória por 2-1), apenas com Sequeira, Al Musrati e Ricardo Horta na equipa titular.

No Municipal de Portimão, ambos os conjuntos entraram em ritmo lento e a disputarem a bola a meio-campo, com o Sporting de Braga a conseguir a primeira jogada de perigo, lance em que os minhotos reclamaram uma grande penalidade, por alegado toque na bola com o braço do algarvio Willyan, mas não sancionado pelo árbitro nem pelo videoárbitro.

O lance ‘abanou’ o Portimonense que imprimiu maior velocidade ao seu jogo, o que lhe valeu aos 26 minutos, a primeira oportunidade para estrear o marcador, quando o lateral Anzai, em jogada individual deixou três adversário para trás e rematou ao lado da baliza minhota.

Até ao intervalo, foi o Portimonense a única equipa a criar perigo, com Anzai, aos 34 minutos, a abrir novamente espaços na defesa do Sporting de Braga e ameaçar a baliza de Tiago Sá, mas o remate saiu fraco e à figura do guarda-redes.

O Portimonense voltou do descanso com o mesmo ímpeto ofensivo com que terminou a primeira parte, criando nova oportunidade para abrir o marcador, com Tiago Sá, aos 47 minutos, a evitar o golo a Fabrício.

Até ao final, apenas o registo de duas ocasiões de perigo, uma para cada equipa, tendo Beto, aos 62, isolado, rematado à figura de Tiago Sá e, aos 71, Ricardo ‘negou’ o golo a Rui Fonte.

Paulo Sérgio, treinador do Portimonense, analisa o nulo com o Sp. Braga, que confirmou a permanência da equipa algarvia na Liga, na última jornada:

«Taticamente já tínhamos feito um jogo quase idêntico no Bessa, em termos de concentração defensiva e de impedir o adversário de jogar. Foi um jogo difícil, o Braga tem muita qualidade. Não deixa de ser uma tensão chegar à última jornada, embora fosse uma possibilidade remota, a possibilidade de despromoção existia. Foi uma época dura, no seguimento da outra, em que foi lutar até ao último dia, e com umas férias à pressa. Era mais que merecido termos a situação resolvida há duas/três semanas atrás, mas várias peripécias ao longo do ano não possibilitaram que isso acontecesse. Vou dar os parabéns ao grupo de trabalho, a todos os colaboradores, administração e adeptos. Estamos satisfeitos por manter o clube na liga mais importante.»

«É um trabalho difícil, não é fácil potenciar e promover tantos jovens e em simultâneo ganhar jogos. O mérito maior tem muito a ver com isso: muitos jogadores jovens na montra e objetivo principal conseguido. Pena ter sido na última jornada, merecíamos chegar a ela com o serviço feito.»

Carlos Carvalhal, treinador do Sp. Braga, analisa o nulo com o Portimonense, na última jornada da Liga:

«Tínhamos a intenção de o vencer e as substituição tiveram o intuito de tornar a equipa mais ativa e ofensiva. Um jogo muito esgalhado, o Portimonense tentou – e bem – sustê-lo, ou melhor, não sofrer, porque o ponto garantia a permanência. Jogou com uma estrutura fixa de muitos jogadores e tornou-se difícil quebrar aquela barreira, não permitiu transições. Mas foi um jogo muito emparelhado, no meio campo com marcações muito cerradas e poucas oportunidades de golo, e o empate justifica-se.»

«Para mim o mais positivo foi termos jogado de início com o Guilherme – que fez a sua estreia absoluta na equipa principal – e o Bruno, que são dois miúdos. Fizeram um excelente jogo contra adversários difíceis. Estiveram irrepreensíveis.»

«Havia jogadores que não estavam disponíveis para este jogo e não podíamos correr riscos, casos do Tormena e do Raúl Silva. E também fizemos gestão mas com o sentido de dar mais acutilância ofensiva e tentar ganhar o jogo. Foi essa a nossa intenção com o onze inicial e com as substituições. Não atingimos o objetivo principal, que era vencer, e o secundário, que era ter a equipa focada, porque muitos jogadores competiram e não corremos riscos com jogadores com um histórico de lesão, e vamos para a Taça de Portugal na máxima força e com o intuito de vencer.»

Ficha de jogo

Jogo no Estádio Municipal de Portimão.

Portimonense – SC Braga: 0-0.

Equipas:

– Portimonense: Ricardo, Moufi, Lucas Possignolo, Maurício, Anzai, Willyan, Dener, Ewerton, Fabrício (Bruno Moreira, 88), Aylton Boa Morte e Beto (Pedro Sá, 77).

(Suplentes: Aflalo, Anderson, Henrique, Pedro Sá, Bruno Moreira, Lucas Tagliapietra, Salmani, Fali Candé e Poha).

Treinador: Paulo Sérgio.

– SC Braga: Tiago Sá, Zé Carlos, Guilherme, Bruno Rodrigues, Sequeira (João Novais, 46), Ricardo Horta (Galeno, 46), Al Musrati (Fransérgio, 46), André Horta, Borja, Sporar (Rui Fonte, 60) e Piazon (Hernâni, 60).

(Suplentes: Horniek, João Novais, Abel Ruiz, Rui Fonte, Fransérgio, Ricardo Esgaio, Rodrigo, Hernâni e Galeno).

Treinador: Carlos Carvalhal.

Árbitro: Luís Godinho (AF Évora).

Ação disciplinar: Cartão amarelo para Beto (14), Lucas Possignolo (35), Aylton Boa Morte (41) e Willyan (90+3).