A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, defendeu hoje que deve existir “mais evidência (informação) científica” para vacinar jovens entre os 12 e os 15 anos contra a covid-19, advertindo que “a pressa é inimiga do bem”.

A Ordem dos Enfermeiros (OE), a pedido da Direção-Geral da Saúde (DGS), emitiu um parecer técnico sobre a vacinação na faixa etária dos 12 aos 15 anos e o parecer da DGS mantém o sentido do parecer técnico da OE, disse Ana Rita Cavaco aos jornalistas, depois de ter sido inoculada com a primeira dose da vacina Pfizer/BioNtech contra a covid-19 no pavilhão 3 da Cidade Universitária, em Lisboa, que está a funcionar como “casa aberta”.

“Nós entendemos que deve existir mais evidência (informação) científica para as pessoas terem mais segurança nesta faixa etária, porque nesta faixa etária temos muito poucos estudos ainda realizados e não vale a pena estarmos a saltar etapas”, defendeu a bastonária.

Ana Rita Cavaco sublinhou que se trata de crianças, o que “gera mais ansiedade nos pais, gera mais ansiedade na sociedade”.

“Portanto, é preferível, porque a pressa é inimiga do bem, vacinar sim, sempre, mas investir nos adultos e acima dos 18 anos e termos mais evidência (informação) científica para esta faixa etária para termos mais segurança e sobretudo mais tranquilidade”, rematou a bastonária dos enfermeiros.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomendou a vacinação prioritária contra a covid-19 de crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades associadas, esclarecendo mais tarde que os menores sem doenças precisam de prescrição médica para serem vacinados. .

Referindo que “emitirá recomendações sobre vacinação universal de adolescentes com 12-15 anos logo que estejam disponíveis dados adicionais sobre a vacinação destas faixas etárias”, a DGS sublinha que, mesmo com indicação médica, a vacinação deve respeitar as faixas etárias em vacinação em cada momento.

A vacinação universal continua, para já, a ser apenas recomendada a partir dos 16 anos, seguindo o plano de vacinação em curso.

A DGS não descartou, no entanto, alterações futuras se houver “novas variantes de preocupação”.