O Natal aproxima-se e as dúvidas sobre o que é seguro ou não fazer nesta época do ano, em que a pandemia continua a aumentar multiplicam-se.

Segundo o ‘The Guardian’, especialistas britânicos defendem que o contacto físico muito próximo, nomeadamente através de beijos, é um risco, em tempos de pandemia.

“Beijar provavelmente representa um risco, porque inevitavelmente há um contato muito próximo entre pessoas”, disse Catherine Noakes, professora de engenharia ambiental para edifícios na Universidade de Leeds e membro do grupo consultivo do Reino Unido.

Ainda assim, a especialista sublinhou que “partilhar o mesmo ar e interagir numa sala mal ventilada com várias pessoas é provavelmente um risco maior porque na maioria dos casos, isso acontece com muito mais frequência do que o contacto muito próximo”.

“A inalação do vírus é um risco importante, portanto, tomar medidas para reduzir o número de pessoas num espaço e garantir que este está bem ventilado provavelmente será mais benéfico”, apontou.

Por sua vez, Susan Michie, diretora do UCL Center for Behavior Change e membro do grupo consultivo de ciências comportamentais Spi-B, ambos no Reino Unido, também destacou o papel das minúsculas partículas de aerossol viral na transmissão da Covid-19 alertando que podem ficar suspensas no ar durante muitas horas.

“O maior perigo nas festas de Natal é, portanto, as pessoas a falar alto, a cantar e a rir, e isso pode acontecer também com pessoas infeciosas sem sintomas”, explicou.

Também Simon Clarke, professor de microbiologia celular da Universidade de Reading, no Reino Unido, concorda que uma conversa de Natal não é o único risco a ser considerado. Dançar também é problemático por causa da respiração pesada.

“É uma boa ideia manter, tanto quanto possível, espaço pessoal e uma boa higiene das mãos e rosto. É preciso lembrar que o vírus é facilmente transmitido de pessoa para pessoa em qualquer situação de contato próximo ”, disse Clarke.

O responsável acrescentou: “As máscaras podem ajudar, desde que estejam devidamente colocadas e limpas, mas as pessoas não devem esperar que sejam uma espécie de barreira invencível.”