O primeiro-ministro, António Costa, admitiu hoje “manter medidas de controlo das fronteiras” para lá de 9 de janeiro, devido à nova variante que está a propagar-se “muito intensamente na Europa e em Portugal”.

António Costa admitiu, à chegada à reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas, prolongar as medidas de controlo das fronteiras, devido à nova variante Ómicron.

“Se é possível antecipar aquilo que vai ser a evolução, acho que devemos prever que, a partir de 9 de janeiro, vamos ter de manter as medidas de controlo das fronteiras. A nova variante está a difundir-se muito intensamente na Europa, e também em Portugal, e naturalmente não vamos poder desarmar”, adiantou, admitindo também um “reforço” de medidas se for necessário.

Quanto às restantes medidas em vigor disse que “seguramente” vão ser “prorrogadas, porque a 9 de janeiro não vamos estar em condições de retirar estas medidas”.

O primeiro-ministro defendeu também que tem que estar preparado “para adotar qualquer medida que venha a ser necessária”, com a rapidez necessária para aumentar a prevenção de um risco de escalada na covid-19.

As projeções indicam que a variante Ómicron, muito provavelmente, será a variante dominante no mês de janeiro.

Com esta nova variante, referiu, todos os países estão a registar um aumento significativo de casos, adiantando que “em Portugal, também e é necessário reforçarmos todas as medidas, para já de autoproteção – uso de máscara, de gel e testagem, testagem, testagem…”

“Estamos perto do Natal, as famílias vão reunir-se e reafirmo aqui o apelo que tenho feito para que, antes de se reunirem, façam pelo menos um autoteste”, referiu ainda.

Portugal está preparado para avançar com 4.ª dose de vacina se necessário

Costa adiantou ainda que “está neste momento a decorrer uma nova compra de uma vacina adaptada já à Ómicron, que só estará disponível depois da primavera”.

O chefe do Governo explicou ainda que o pedido de compra abrange a quantidade suficiente para poder ser administrada “uma quarta dose de reforço [da vacina], se ela for a ser necessária como, infelizmente, é de prever que virá a acontecer”.

“Apresentámos o pedido de aquisição dessas vacinas a cima, aliás, daquilo que era o pro rata em função da população que temos de forma a estarmos com todas as condições para poder adotar uma quarta dose de reforço”, acrescentou.

António Costa referiu ainda esperar que essas vacinas possam ser doadas por não ter sido necessário utilizá-las.

A agenda deste Conselho Europeu volta ainda a ser consagrada ao combate à pandemia da covid-19, tema incontornável há quase dois anos e ‘reavivado’ com o surgimento da nova variante Ómicron, com os líderes dos 27 a discutirem ainda os preços da Energia, a futura política de segurança e defesa da União e os preparativos da cimeira com a União Africana, prevista para o início de 2022.