Vítimas são sobretudo do sexo masculino e acidentes são mais comuns aos domingos em Agosto

ANSR adiantou que Portugal investiu mais de 33 milhões em infraestruturas rodoviárias nos últimos 27 anos
Os acidentes nas estradas portuguesas que ocorreram em 2019 tiveram um custo económico e social para Portugal estimado em mais de seis mil milhões de euros, valor que representa 3,03% da riqueza criada no país nesse ano.

Desse custo total, a maior fatia (83,5% do total) é referente a acidentes com vítimas, totalizando 5.362,7 milhões de euros (2,53% do PIB), respeitando os restantes 1.060,1 milhões de euros (0,5% do PIB) a acidentes sem vítimas e que geraram apenas danos patrimoniais.

Entre os acidentes com vítimas, a maior componente do custo total, representando 64,7% desse valor, respeita aos custos humanos, estimados em 3.471,1 milhões de euros (1,635% do PIB). A segunda componente mais expressiva (representando 26,8% do total) refere-se à perda bruta de produção, estimada em 1.438 milhões de euros (0,677% do PIB) em 2019.

Os dados foram esta quarta-feira disponibilizados à CNN Portugal pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que dá conta que a grande maioria (83,5% do total) é referente a acidentes com vítimas, totalizando 5.362,7 milhões de euros (2,53% do PIB).

As conclusões ocorrem na sequência do estudo sobre “O Impacto Económico e Social da Sinistralidade Rodoviária em Portugal”, desenvolvido pelo Centro de Estudos de Gestão do ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão, e que foi esta quarta-feira apresentado pela ANSR – Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.

“Assistimos, nas últimas décadas, a uma redução importante da sinistralidade rodoviária. É notável que em 25 anos tenhamos passado de custos económicos e sociais que representavam 7% do PIB para um valor que se situa nos 3%”, disse o presidente de ANSR, Rui Ribeiro, através de comunicado, adiantando que a caminhada ainda será longa no sentido de atingir um nível de sinistralidade perto do zero.

No entanto, Rui Ribeiro identifica a importância do investimento na segurança rodoviária. “Portugal tem tudo o que necessita para ser um exemplo a nível europeu nesta matéria, mas para isso são fundamentais um claro compromisso político e o envolvimento de toda a sociedade”, disse.

Entre 1995 e 2019, de acordo com dados disponibilizados pela ANSR, Portugal investiu cerca de 33.682 milhões em infraestruturas rodoviárias tendo no mesmo período evitado 174.810 milhões de euros em custos económicos e sociais, valor que corresponde a cerca de 82,3% da riqueza criada em Portugal em 2019.

A mesma pesquisa concluiu que o maior número de vítimas, desde condutores a passageiros e peões são do sexo masculino. Estima-se que o custo médio para a sociedade de um ferido grave é de 530.828 euros por vítima, valor que ascende aos três milhões quando se trata de uma morte.

O custo da sinistralidade para a sociedade é mais elevado aos domingos e em agosto, concluindo-se ser nestes períodos que há mais acidentes.