CTT está com atrasos de quase um mês na entrega da correspondência

O serviço de correspondência dos CTT registou atrasos de quase um mês, que fez com que pessoas não conseguissem, por exemplo, pagar as contas de energia.

Em certas regiões do país, há quem esteja a demorar quase um mês para a receber a correspondência. Em Tavira, por exemplo, correio normal está a ser entregue “com atrasos de duas, três semanas, um mês, e de coisas importantes, reformas, cartas para pagar água e luz, já fora do prazo”, revelou a junta de freguesia ao Expresso.

Face à situação, os serviços de abastecimento de água até dão moratórias aos moradores, que não conseguem pagar a água até receberem a fatura por correio.

No sul do país, vários concelhos relatam atrasos nas entregas de correio normal, que chegam a quase um mês.

Segundo dados da Anacom – Autoridade Nacional das Comunicações, o Algarve é a zona onde surgem mais queixas, com 700 reclamações registadas no segundo trimestre deste ano. Setúbal e Lisboa seguem-se como os distritos com mais queixas por habitante.

“Caso se verifique o incumprimento de objetivos de desempenho, há lugar à aplicação do mecanismo de compensação que são convertidos em obrigações de investimento, os quais devem beneficiar diretamente a prestação dos serviços abrangidos pela concessão e/ou os utilizadores finais, além de multas contratuais que podem ser aplicáveis pela má prestação do serviço postal universal, previsto no contrato de concessão”, explicou a Anacom ao Expresso.

Os CTT justificam que a pandemia de covid-19 agravou o problema, levando a maioresdificuldades na contratação de trabalhadores substitutos nesta região do país.

Ao Expresso, o presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo, sublinha que “as queixas são antigas e regulares no tempo” e que “com alguma frequência ouvimos queixas sérias de pessoas que ficam privadas de entrega atempada de correspondência para as suas vidas”.

No entanto, em algumas localidade de Loulé, registaram-se atrasos superiores a três semanas. “Um período tão longo de pessoas privadas de correio… é a primeira vez que me é reportado”, assume o autarca.

Desde 2016 que os CTT não cumprem a totalidade dos critérios de qualidade a que estão obrigados, no âmbito do contrato de concessão, realça o semanário.

A redução do correio tradicional decorrente da digitalização; o fecho de estações de serviço um pouco por todo o país; e a redução do número de carteiros, e do número dos giros, contribuíram para a deterioração do serviço de correios.