Na edição de 2023 do GP do Mónaco em F1 foram efetuadas 22 ultrapassagens.

Com contrato até 2025, muito se tem falado na continuidade no Mónaco na Fórmula 1. Com a tentativa de criar cada vez mais um Mundial repleto de espetáculo, uma corrida no Principado parece ser a antítese disso mesmo, apesar da historicidade que o Grande Prémio do Mónaco representa. Foi aqui que muitos dos grandes nomes do desporto automóvel se notabilizaram, mas as corridas com pouca emoção têm criado algum burburinho e uma discussão: Ainda faz sentido ter o Mónaco no ‘Grande Circo’?

As opiniões dispersam devido à falta de imprevisibilidade das corridas dos últimos anos, mas a questão que se impõe é se este facto se deve ao circuito ou à própria Fórmula 1.

No Grande Prémio do passado fim de semana assistimos a uma corrida que começou com piso seco, tendo a chuva entrado como convidada a meio da prova. Apesar de toda a incerteza inerente a uma corrida com piso molhado, grande parte das posições mantiveram-se. No final, as contas são fáceis de fazer: realizaram-se 22 ultrapassagens.  E até não nos podemos queixar, este foi o número mais alto desde o GP do Mónaco de 2011.

Contudo, se olharmos para outra disciplina vemos um caso completamente díspar deste. A Fórmula E também corre no Mónaco e no e-Prix deste ano, realizado a 6 de maio, registaram-se… 116 ultrapassagens. E não houve chuva e a corrida tem cerca de metade da duração.

O traçado é exatamente o mesmo. O que muda? O tamanho dos monolugares. Não queremos dizer que é o único factor que potencia as ultrapassagens ou falta delas. Porém, que faz a diferença… faz.

Um carro de Fórmula E tem 1,7 metros de largura e 5 metros de comprimento. Já um monolugar de Fórmula 1 tem cerca de 2 metros de largura e 5,5 metros de comprimento. Ou seja mais 30 cm de lado e mais meio metro de comprimento. Isto numa pista estreita como a do Mónaco… tem a sua preponderância.