O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje que o país vai ter de gerir o risco de incêndio florestal, que vai aumentar “dramaticamente” nos próximos anos, tal como são geridos outros riscos.

“Se a humanidade conseguir esse objetivo extraordinário de cumprir as metas fixadas no acordo de Paris e travar em 1,5 graus o aumento da temperatura a nível global, mesmo assim o risco de incêndio florestal em Portugal aumenta seis vezes”, disse António Costa, durante a sessão de encerramento da sessão da manhã do Seminário Estratégia Norte 2030, no Europarque, em Santa Maria da Feira, no distrito de Aveiro.

Na sua intervenção, o chefe do Governo afirmou que o aumento do risco de incêndio florestal implica uma ação “muito determinada” nos programas de gestão integrada da paisagem, considerando que isso é “absolutamente fundamental” para se poder aumentar a resiliência do território a este risco.

“No fundo temos que gerir este risco como gerimos outros riscos”, disse Costa, adiantando que “tal como os edifícios têm de ser construídos de forma adequada para poderem resistir aos sismos, nós temos de ter a floresta adequada para poder resistir aos incêndios”.

Perante o risco de incêndio florestal, Costa disse que o país não tem de acabar com a floresta, defendendo que é preciso ter “um território onde a floresta se integre de uma forma mais harmoniosa no espaço agrícola, onde a floresta tenha uma composição mais resiliente”.

“Isso é uma transformação fundamental que temos que fazer. Estamos a fazer usando o contrarrelógio. Não pode parar e não pode ser desligado”, concluiu.