A 100 dias da comemoração dos 100 anos da Walt Disney, o ator Bret Iwan, o quarto a dar voz ao Rato Mickey em inglês, refletiu sobre a influência do personagem na história da empresa e no imaginário dos fãs. 

“Todos encontramos um pouco de nós próprios no Rato Mickey e isso está ligado à nostalgia”, disse em entrevista à Lusa. “Somos atraídos pelas memórias felizes da infância, que associamos ao Mickey”. 

A Walt Disney Company comemora 100 anos a 16 de outubro e a 08 de julho começa a contagem decrescente dos 100 dias para o centenário.

Bret Iwan, voz do Mickey em inglês desde 2009, considera que o personagem é um reflexo do próprio fundador Walt Disney e isso dá-lhe uma aura duradoura de magia. 

“Walt veio do nada e conseguiu criar esta marca experiencial com que tanta gente se conecta e adora. O Mickey é um embaixador disso”, afirmou Iwan. “O seu apelo, sucesso e legado durante quase 95 anos é que, no fundo, é muito simples e humilde. É alguém simples que espelha uma pessoa comum”, continuou. 

“Toda a gente consegue identificar-se com ele; é um reflexo do Walt mas também de todos nós, que gostamos dele”. 

Fã do Mickey e da Disney desde sempre, Bret Iwan tinha um profundo conhecimento da animação da empresa antes de conquistar este lugar, nunca tendo trabalhado como ator de voz anteriormente. 

“Era constantemente bombardeado com o canal Disney, os parques temáticos, as séries televisivas, e isso influenciou o meu conhecimento de quem é o Rato Mickey, as suas características, como isso se traduz na sua personalidade e como a voz suporta isso”, explicou. 

Tal terá ajudado a que fosse selecionado para substituir o anterior ator de voz do Mickey, Wayne Allwine, que ficou doente e acabou por morrer em 2009. Iwan estava a viver em Kansas City, Missouri, e candidatou-se ao lugar num golpe do acaso. 

“Gosto de dizer que este trabalho me encontrou. Se acreditam em destino da Disney, foi o destino e encontrou-me”, gracejou. 

Iwan consegue atingir com facilidade o falsete clássico concebido por Walt Disney mas disse que a componente física do trabalho vai perdendo centralidade na interpretação. 

“Ao longo do tempo, dissipou-se o pensamento na fisicalidade da voz e comecei a pensar só no personagem”, sublinhou. “Quando estou no estúdio, imagino um pequeno Mickey animado a saltar na minha cabeça, da mesma forma que eu o via quando era pequeno”. 

O ator disse também que não tenta trazer nada de inovador à forma como encarna o Rato Mickey, porque considera que não é esse o seu papel. 

“Ser a voz do Mickey é continuar o legado de um personagem. É um personagem que existia antes de mim. Não estou a dar-lhe origem”, assentou. “Sou a quarta pessoa a fazer a voz do Mickey e haverá outros depois de mim. Só quero continuar esse legado vivo”.