O Papa Francisco elogiou hoje a organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que terminou hoje em Lisboa, dizendo que foi a “mais bem preparada” e com maior número de peregrinos a que assistiu.

sta foi a mais bem preparada que vi”, afirmou Francisco, aos jornalistas, a bordo do avião papal que o transportou de regresso a Roma após ter presidido à JMJ, em Lisboa.

Segundo Francisco, esta edição da jornada foi também “a mais numerosa” que viu.

Cerca de um milhão e meio de pessoas participaram hoje na missa de encerramento da JMJ, no Parque Tejo, local onde no dia anterior, para a vigília, as autoridades avançaram o mesmo número.

“É impressionante” o número de peregrinos, declarou, referindo ainda que a celebração “foi muito bonita”

Francisco relatou que, antes de apanhar o avião, esteve com os voluntários, cerca de 25 mil, “com uma mística, um compromisso que era verdadeiramente bonito, bonito, bonito”.

“Os jovens são uma surpresa, são jovens (…), mas procuram olhar em frente e eles são o futuro. A questão é acompanhá-los, o problema é saber acompanhá-los e que não cortem as raízes. Por isso, insisto tanto no diálogo entre velhos e jovens, os avós com os netos”, afirmou.

Para o líder da Igreja Católica, “os jovens são religiosos, procuram a fé, não a agnóstica, não a artificial, não a legalista”, mas “um encontro com Jesus Cristo”.

Francisco admitiu, contudo, que há quem diga que os jovens nem sempre fazem a vida segundo a moral, para questionar “quem nunca cometeu uma falha moral na sua vida?” e responder logo de seguida: “Todos.”

Na conferência de imprensa, Francisco garantiu ainda que a sua saúde está bem.

“A minha saúde está bem, já tirei os pontos, levo uma vida normal. Tenho de usar uma faixa, durante dois, três meses (…) até que os músculos estejam mais fortes. Mas estou bem”, garantiu.

Questionado por que razão não leu o discurso que tinha preparado para o encontro, na sexta-feira, com representantes de centros de assistência sócio-caritativa, no Centro Social Paroquial São Vicente de Paulo, na Serafina, em Lisboa, justificou que uma luz não lhe permitir ler, pois apanhava com ela.

Por outro lado, adiantou que quando esteve com os jovens optou por falar o “essencial da mensagem”, evitando discursos longos, tendo igualmente improvisado.

“Falava conforme sentia a comunicação”, declarou, dizendo aos jornalistas que, como viram, “fazia algumas perguntas” e depois “via por onde seguiam as coisas”.

Segundo Francisco, “os jovens não têm muito tempo de atenção”, pelo que com “um discurso claro, com uma ideia, uma imagem e um afeto, podem seguir-te oito minutos”.

Depois, lembrou a sua primeira exortação, a ‘Evangelii Gaudium’, na qual escreve um longo capítulo sobre a homilia.

“As homilias, às vezes, são uma tortura”, reconheceu, defendendo que “a Igreja deve converter-se, neste aspeto da homilia”, que deve ser “breve, clara, com uma mensagem boa e afetuosa”.

Em março último, Francisco esteve internado durante alguns dias com uma bronquite.

Já em junho Francisco, de 86 anos, foi submetido a uma cirurgia abdominal de três horas com anestesia geral, para reparar uma hérnia e remover cicatrizes dolorosas, que decorreu sem complicações.

A organização da Jornada rejeitou alimentar especulações sobre a eventualidade de o Papa não se deslocar a Portugal, com o bispo Américo Aguiar, presidente da Fundação JMJ, a dizer que a organização “não tinha plano B”, apenas o “plano F, de Francisco”.

Esta foi a quarta JMJ presidida por Francisco. A primeira, em 2013, foi no Rio de Janeiro (Brasil), no ano que foi eleito Papa. Seguiu-se Cracóvia (Polónia), em 2016, e Cidade do Panamá (Panamá), em 2019.

A JMJ, o maior evento da Igreja Católica, realizou-se pela primeira vez em Portugal.