O interrogatório foi adiado para sábado, um dia depois de o advogado de Fernando Madureira ter assegurado que o líder dos Super Dragões prestaria declarações na sexta-feira.

Fernando Madureira, líder da claque Super Dragões e um dos principais arguidos na Operação Pretoriano, voltou a sair do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto nesta sexta-feira sem prestar declarações ao juiz, sendo agendado o seu interrogatório para o sábado.

Uma fonte judicial informou à Lusa que o interrogatório foi remarcado para sábado, contrariando a afirmação do advogado de Fernando Madureira, Miguel Marques Oliveira, que anteriormente havia garantido aos jornalistas que o líder dos Super Dragões prestaria declarações “em princípio pela tarde” na sexta-feira.

Fernando Madureira deixou o TIC do Porto por volta das 17h00 numa carrinha celular da PSP, enfrentando a presença de dezenas de pessoas que manifestaram apoio com aplausos e cânticos, repetindo o que ocorreu à sua chegada no início da tarde. O dirigente da claque do FC Porto regressou à esquadra da PSP de Santo Tirso, onde permanecerá pela terceira noite consecutiva, enquanto oito dos 12 arguidos que concordaram em prestar declarações continuam a ser ouvidos pelo juiz Pedro Miguel Vieira.

Sandra Madureira, esposa de Fernando Madureira e vice-presidente dos Super Dragões, permaneceu em Santo Tirso durante o dia, optando por não prestar declarações no primeiro interrogatório judicial no TIC, que visa determinar as medidas de coação.

Na quarta-feira, a PSP deteve 12 pessoas, incluindo dois funcionários do FC Porto e o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, no âmbito da Operação Pretoriano, que investiga os incidentes ocorridos numa Assembleia Geral extraordinária do clube.

Conforme documentos judiciais aos quais a agência Lusa teve acesso, o Ministério Público alega que a claque Super Dragões tentou “criar um clima de intimidação e medo” na AG do FC Porto em 13 de novembro de 2023, na qual ocorreram incidentes, para obter a aprovação da revisão estatutária, “do interesse da atual direção” “azul e branca”.

A Procuradoria-Geral Distrital do Porto esclareceu que estão em causa “crimes de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo ou em acontecimento relacionado com o fenómeno desportivo, coação e ameaça agravada, instigação pública a um crime, arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda atentado à liberdade de informação”.