Leões Impõem-se sobre os Conquistadores
Numa exibição de mestria e determinação, o Sporting triunfou hoje frente ao Vitória SC, por 3-0, na 30.ª jornada da Primeira Liga Portuguesa, aproximando-se cada vez mais do tão desejado título de campeão.
No Estádio José Alvalade, onde a atmosfera fervilhava com a expectativa de um triunfo que se adivinhava, Pedro Gonçalves, aos 30 minutos, e o sueco Gyökeres, com um “bis” aos 45+3 e 49 minutos, foram os protagonistas que mantiveram vivo o sonho leonino.
Com esta vitória, o Sporting consolida a sua liderança na tabela classificativa, somando agora 80 pontos, uma vantagem de 10 pontos em relação ao Benfica, que só jogará na segunda-feira frente ao Farense. Faltando apenas quatro partidas para o fim da temporada, os Leões estão a apenas duas vitórias de conquistar um título que escapava desde 2020/21.
Enquanto Rúben Amorim se viu obrigado a fazer apenas uma alteração no onze inicial, com St. Juste a substituir o castigado Diomande, Álvaro Pacheco surpreendeu ao realizar seis mudanças na equipa, incluindo a ausência de Jota Silva no banco de suplentes.
Desde cedo, a equipa leonina procurou impor o seu jogo perante um Vitória SC organizado defensivamente. Apesar de uma tentativa perigosa de Kaio César aos 17 minutos, os Leões responderam com determinação, com destaque para o golo inaugural de Pedro Gonçalves aos 30 minutos.
O segundo golo, apontado por Gyökeres, chegou já nos descontos da primeira parte, quebrando um jejum de cinco jogos sem marcar. O terceiro golo, logo no início da segunda parte, selou a vitória do Sporting, com Gyökeres a bisar na partida, num lance onde brilhou a assistência de Trincão, mas com o passe magistral de Pedro Gonçalves a desempenhar um papel crucial.
Apesar das tentativas de reação do Vitória SC, o Sporting manteve-se firme, com destaque para uma oportunidade desperdiçada por Nuno Santos aos 79 minutos. Apesar das alterações feitas por Rúben Amorim nos momentos finais, o resultado manteve-se inalterado.
Com esta exibição sólida e dominadora, o Sporting reafirma-se como o principal candidato ao título, deixando os adeptos na expectativa de celebrar mais um momento de glória no futebol português.
Álvaro Pacheco, treinador do Vitória de Guimarães, em conferência de imprensa, depois da derrota diante do Sporting (0-3), no Estádio de Alvalade, em jogo da 30.ª jornada da Liga:
O que falhou neste jogo? Quais os objetivos do Vitória até ao final da época?
– Com doze pontos em disputa e estando a cinco pontos do terceiro lugar, é ai que temos de nos focar. Conseguimos o objetivo de estar nas competições europeias, agora vamos focar-nos no terceiro lugar. Não entrámos mal no jogo, jogámos contra a melhor equipa do campeonato, que está moralizada, tem boas dinâmicas. Sabíamos disso, que tínhamos de ser muito compactos entrelinhas. O Sporting acelerou pelas laterais, depois do primeiro golo, tivemos uma boa oportunidade, no lance que seria penálti se não fosse o fora de jogo. O golo no final da primeira parte deu tranquilidade ao Sporting. A vitória é inquestionável, pelo que o Sporting fez, mas nunca perdemos o equilíbrio. Mudámos depois na segunda parte. No primeiro jogo, na primeira volta, nós fomos melhores e conseguimos ganhar, hoje o Sporting foi mais forte e mereceu ganhar.
Sentiu que jogou com armas desiguais face às muitas ausências no Vitória? Porque é que deixou Jota Silva no banco?
Primeiro dizer que não sou treinador de desculpas. Os jogadores que tinha disponíveis, era com esses que íamos à luta. Esta equipa criou uma mentalidade de campeão e quando não ganha é uma desgraça e esta semana fomos eliminados da taça e perdemos esta noite. Em relação ao Jota, entre os condicionamentos que tínhamos, em relação ao Jota era gerir Não dava para o tempo todo e decidimos guardá-lo para o momento em que pudesse ser mais decisivo. Estes jogos fazem-nos crescer. Falta-nos jogar com esta intensidade e com esta velocidade. Isto vai fazer-nos crescer para as quatro finais que vamos ter pela frente.
Na parte final, Lumungo esteve a aquecer, mas acabou por entrar Nélson Oliveira. Era um bom jogo para a estreia do jovem avançado?
– Para mim é a primeira qualificação para uma competição europeia. Era um grande objetivo do clube, o Vitória está de parabéns por isso. Não foi só o Alvaro Pacheco, foram também os outros treinadores que ajudaram também. Em relação ao Lumungo, ele ainda está a adaptar-se à identidade e à cultura do clube. Teve um comportamento bom e foi por isso que foi chamado para este jogo. Hoje mostrou que quer ajudar a equipa, é este tipo de jogadores que precisamos.
O Vitória foi muito compacto no processo defensivo. Era a estratégia para o jogo de hoje?
– Foi, sabemos que o Sporting é muito forte na saída de jogo, com o posicionamento do Pote a jogar entrelinhas. Quando o Sporting entra de frente para o jogo é muito forte e tínhamos de fechar esse espaço. Quando fechámos, o Sporting passou a jogar por fora o que para nós é mais fácil controlar. Criaram-nos ali algum desconforto na direita e acabaram por chegar ao golo. Jogar contra o Sporting que está supermoralizado, neste estádio fantástico e que dá um grande elã à equipa, conseguimos jogar com o Sporting olhos nos olhos, sempre agarrados àquilo que é o nosso jogo. Na segunda parte conseguimos ser mais agressivos, mas agora temos de refletir para vermos o que temos de fazer para chegar a este nível.
Ruben Amorim, treinador do Sporting, em conferência de imprensa, depois do triunfo sobre o Vitória de Guimarães (3-0), no Estádio de Alvalade, em jogo da 30.ª jornada da Liga:
O que achou do novo equipamento? Ajudou a equipa a vencer esta noite?
– Isto agora todos os dias temos uma camisola nova, estamos a vender bem. Tudo no Sporting está a crescer e isso tem de ser sustentado com resultados. Toda a gente que trabalha nesse clube está a levar o clube para a frente.
Opção de St. Juste em detrimento de Eduardo Quaresma?
O St. Juste foi porque é rápido. Não sabíamos que não ia jogar o Jota Silva de início. Escolhemos as caraterísticas certas e acabou por correr bem.
O Sporting pode ir ao Dragão com mais 10, 9 ou 7 pontos do que o Benfica. Isso retira pressão para o clássico com o FC Porto?
– Vai ser sempre um jogo de pressão. O FC Porto vai entrar para ganhar e nós vamos entrar para ganhar. Vai haver sempre pressão.
O Morita jogou uma ligadura, algum problema físico? Foi por isso que jogou o Dani Bragança?
– O Morita levou uma pancada naquela zona, teve de usar uma ligadura, mas está apto para jogar. O Dani tem feito um trabalho incrível. Nos últimos dois jogos foi o Dani que jogou, mas antes foi o Morita, por isso é que equipa apresenta um nível alto.
Dificuldades para chegar ao primeiro golo? Que jogadores do Vitória é que destaca?
– Os jogadores do Vitória valem pela equipa que são. Pelo talento do Tiago [Silva], mas acima a capacidade de dar profundidade ao Jota. O Kaio, não sendo tão rápido, é um jogador habilidoso no controlo da bola. O Jota, que não jogou hoje de início, para mim, é o jogador mais perigoso do Vitória, mas estávamos preparados para isso. Demorámos muito tempo a entrar no jogo, não queríamos perder a bola, demorámos a bascular e perdemos velocidade. Demorámos um bocadinho, mas depois o Trincão aumentou a velocidade, o Pote acertou no posicionamento e crescemos. Tivemos as dificuldades diante de uma equipa que defende bem, mas que depois tem menos capacidade para chegar à frente. Foi isso que aconteceu neste jogo.
15.ª vitória, em casa, em quinze jogos, cinco dos quais, com mais de três golos marcados. Alvalade é uma fortaleza para o Sporting?
– O objetivo é ganhar em casa e fora, mas sentimos o ambiente em casa, o relvado é bom, o nosso balneário. Tudo é nosso e isso cria dificuldades aos adversários. Antes do jogo, os adversários já sabem que o Sporting marca muitos golos. O futebol é muito físico, mas também é mental. Tornámos Alvalade um campo difícil para os adversários pelos adeptos que temos.
Como viu a evolução do Dani Bragança, que chegou aos 100 jogos, esta época?
– A evolução depois de uma época em que esteve parado suscita mutas dúvidas sobre o rendimento que ia ter, mas a verdade é que desde a pré-época e a forma como terminou a época passada, mesmo sem jogar, deram-nos bons sinais. Esteve sempre muito bem, quando teve oportunidades agarrou-as sempre, jogando cinco ou dez minutos. Obviamente que ele tem de liderar isso tem a ver com a confiança, e pela qualidade que está a demonstrar. Fez 100 jogos, mas já devia ter muitos mais, mas teve aquela época toda parada.
Ficha de Jogo
Jogo realizado no Estádio José Alvalade, em Lisboa.
Sporting – Vitória SC, 3-0.
Ao intervalo: 2-0.
Marcadores
1-0, Pedro Gonçalves, 30 minutos.
2-0, Gyökeres, 45+3.
3-0, Gyökeres, 49.
Equipas
– Sporting: Franco Israel, St. Juste (Eduardo Quaresma, 82), Coates, Gonçalo Inácio, Geny Catamo (Fresneda, 86), Hjulamand, Daniel Bragança (Morita, 78), Nuno Santos, Trincão (Paulinho, 78), Pedro Gonçalves (Marcus Edwards, 78) e Gyökeres.
(Suplentes: Diogo Pinto, Morita, Marcus Edwards, Neto, Paulinho, Fresneda, Rafael Pontelo, Eduardo Quaresma e Koindredi).
Treinador: Rúben Amorim.
– Vitória SC: Bruno Varela, Tomás Ribeiro (Mikel, 75), Borevkovic, Manu, Miguel Maga, André André (Jota Silva, 58), Handel, Tiago Silva, Afonso Freitas (Alberto, 75), Adrian Butzke (Nuno Santos, 58) e Kaio César (Nélson Oliveira, 85).
(Suplentes: Charles, Mikel, Jota Silva, Zé Carlos, Tounkara, Alberto, Nuno Santos, Nélson Oliveira e Lumungo).
Treinador: Álvaro Pacheco.
Árbitro: Cláudio Pereira (AF Aveiro).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Trincão (69) e Nélson Oliveira (90+3).
Assistência: 46.101 espetadores.