Treinador Sueco que Fez História no Benfica e em Diversos Clubes Europeus Morreu aos 76 Anos, Vítima de Cancro

Sven-Goran Eriksson, um dos treinadores mais icónicos do futebol mundial, faleceu na manhã desta segunda-feira aos 76 anos, após uma longa e corajosa batalha contra um cancro no pâncreas. A notícia foi confirmada pela sua família, que, num comunicado emocionado, revelou que o ex-treinador morreu em casa, rodeado pelos seus entes queridos. “Após uma doença prolongada, Sven-Goran Eriksson morreu de manhã, em casa, rodeado pela família”, lê-se na nota.

Nascido a 5 de fevereiro de 1948, em Sunne, na Suécia, Sven-Goran Eriksson começou a sua carreira de treinador no Degerfors IF, antes de se destacar no IFK Goteborg, onde ganhou notoriedade suficiente para chamar a atenção do Benfica. O clube lisboeta foi a sua primeira grande aventura fora da Suécia, e Eriksson não desapontou, conduzindo o Benfica a múltiplos títulos e deixando uma marca indelével no futebol português.

A sua passagem pelo Benfica, que incluiu duas etapas distintas, foi marcada por três títulos de campeão nacional, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira. Com uma visão tática apurada e uma habilidade única para tirar o melhor dos seus jogadores, Eriksson rapidamente se tornou numa figura venerada em Portugal, contribuindo de forma decisiva para a projeção europeia do clube.

Mas a carreira de Eriksson foi muito além da Luz. O sueco aventurou-se em várias ligas europeias de topo, incluindo passagens notáveis pela Itália, onde orientou clubes como a AS Roma, Fiorentina, Sampdoria e Lazio, conquistando títulos de prestígio como a Taça das Taças, a Taça UEFA e a Supertaça Europeia. A sua capacidade de se adaptar a diferentes estilos de jogo e culturas fez dele um dos treinadores mais respeitados do mundo.

Na Inglaterra, Eriksson deixou a sua marca como selecionador nacional, liderando a equipa nos Mundiais de 2002 e 2006, e no Euro 2004, antes de dirigir clubes como o Manchester City, Notts County e Leicester City. A sua experiência internacional incluiu ainda passagens pela seleção mexicana, pela Costa do Marfim, pela Tailândia, pelos Emirados Árabes Unidos e pela China, onde continuou a ser uma referência até ao final da sua carreira.

A sua última aventura no futebol foi entre 2018 e 2019, ao comando da seleção das Filipinas, numa prova de que a paixão pelo jogo nunca o abandonou, mesmo nos últimos anos da sua vida. A carreira de Eriksson foi recheada de títulos e conquistas, mas mais do que os troféus, ele será lembrado pelo impacto profundo que teve no futebol e na vida das pessoas que tiveram o privilégio de trabalhar com ele.

A sua morte deixa uma lacuna imensa no mundo do futebol, mas também uma herança rica de dedicação, conhecimento e amor pelo desporto. Sven-Goran Eriksson não foi apenas um treinador de sucesso; foi um verdadeiro embaixador do futebol, cuja influência se estendeu muito além das quatro linhas. A sua memória viverá nos corações dos adeptos e nos livros de história do futebol mundial.

O futebol perdeu um dos seus maiores pensadores, e o mundo despede-se de Sven-Goran Eriksson com uma profunda saudade, sabendo que o seu legado perdurará por gerações. A sua família, a quem se pede respeito e privacidade neste momento de luto, anunciou que irá realizar uma cerimónia privada para homenagear a vida e o legado deste grande homem do futebol.