Diagnóstico aponta que 14% dos idosos vivem sem condições adequadas em casa, com destaque para a humidade e a falta de acessibilidade.

Cerca de 14% dos idosos em Braga vivem em habitações sem condições adequadas, revelou um diagnóstico apresentado pela Câmara Municipal de Braga em parceria com a Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Viana do Castelo. O estudo, que envolveu 357 pessoas com 65 anos ou mais, foi divulgado esta quarta-feira durante o lançamento do Plano Municipal para a Longevidade 2024-2027, no auditório do Conservatório Bomfim.

Entre os problemas identificados, 25,8% das casas apresentavam humidade e 2,8% não tinham acesso a água quente. Além disso, 71,3% dos participantes relataram a ausência de elevadores nas suas habitações, evidenciando desafios relacionados à mobilidade e à acessibilidade.

Contexto e Objetivos do Plano

Com quase 19% da população local na faixa etária dos 65 anos ou mais, a cidade de Braga enfrenta o desafio de atender às necessidades de uma população idosa crescente. Segundo a vereadora da Coesão Social, Carla Sepúlveda, o novo plano busca transformar Braga numa “cidade amiga da pessoa idosa”, com políticas que articulem bem-estar e saúde para garantir qualidade de vida a este grupo.

“Faz todo o sentido que Braga, enquanto concelho em crescimento, articule respostas e estratégias para as pessoas com mais idade. Este plano é um instrumento mapeador para aquilo que vai ser a nossa estratégia nos próximos anos”, afirmou a vereadora.

Ações e Parcerias

O Plano para a Longevidade 2024-2027 está em desenvolvimento há três anos e foi elaborado com base numa auscultação direta à população idosa, garantindo que as ações propostas atendam às reais necessidades. Entre as medidas previstas, estão:

  • Melhorar a comunicação com a população idosa;
  • Promover a mobilidade e acessibilidade, incluindo a adaptação de espaços públicos e habitações;
  • Criar e ajustar atividades culturais e sociais que incentivem a participação ativa dos idosos.

A vereadora destacou que já existem diversos programas em execução, mas que o plano permitirá adaptações mais específicas para atender casos particulares identificados no diagnóstico. Além disso, foi assinado um acordo de parceria com a Associação Nacional de Gerontólogos, que prevê a realização de um Congresso Internacional sobre o tema em Braga.

Um Futuro Mais Inclusivo

O diagnóstico expõe a urgência de intervenções direcionadas para melhorar as condições habitacionais e sociais dos idosos em Braga. A humidade nas casas, a falta de acessibilidade e o acesso limitado a serviços básicos, como água quente, são indicadores de que ainda há muito trabalho a ser feito para garantir o bem-estar desta população.

O Plano Municipal para a Longevidade representa um passo significativo para transformar Braga num exemplo de cuidado e inclusão para a população idosa, com uma estratégia que une políticas públicas, parceiros institucionais e a própria comunidade.