Evento de gala em Vila Verde reforça compromisso com a tradição e promoção da gastronomia regional
A Confraria Gastronómica do Abade comemorou no passado sábado, 20 anos de história e dedicação à valorização da gastronomia minhota. A gala de aniversário, realizada na Quinta da Aldeia, em Gême, Vila Verde, reuniu confrades, personalidades políticas e convidados de destaque num momento de celebração e reflexão sobre o percurso e os desafios futuros da organização.
Entre os presentes estiveram o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, a presidente da Câmara de Vila Verde, Júlia Fernandes, e o adjunto do presidente da Câmara de Braga, Pedro Soares, entre outros.
Duas décadas de conquistas
Fundada a 9 de novembro de 2004, por 11 entusiastas da gastronomia reunidos no restaurante “O Abade”, a confraria cresceu e consolidou-se como uma referência na preservação e promoção da autenticidade dos sabores minhotos. Atualmente, conta com 48 confrades e um vasto histórico de realizações:
- 206 jantares temáticos realizados;
- Mais de 2.800 receitas exploradas;
- Mais de 2.000 vinhos provados;
- 180 mil euros investidos na restauração;
- 17 municípios visitados;
- 3 livros publicados;
- Finalista das 7 Maravilhas da Gastronomia e semifinalista das 7 Maravilhas da Doçaria.
A confraria tem desempenhado um papel fundamental na valorização de produtos regionais como o Pudim Abade de Priscos, símbolo maior da sua missão, e os Vinhos Verdes, pilares da identidade gastronómica local.
Um legado que continua a crescer
Na sua intervenção, o presidente da confraria, Agostinho Peixoto, recordou os primórdios da organização e destacou o trabalho árduo na defesa da tradição.
“É nossa obrigação transmitir às gerações atuais e futuras uma cultura gastronómica e vínica que é um dos principais vetores da nossa identidade cultural e económica”, afirmou, sublinhando a necessidade de “evoluir sem mascarar ou agredir a tradição”.
O dirigente reafirmou o compromisso de continuar a promover a gastronomia minhota e os vinhos portugueses, trabalhando na criação de uma Carta Gastronómica do Minho e desenvolvendo ações para combater a adulteração e globalização dos produtos regionais.
Homenagens e desafios futuros
Durante a cerimónia, foram homenageadas figuras que marcaram o percurso da confraria, incluindo antigos confrades falecidos, como Henrique Moura, Luís Lopes e Paulo Melo. Também foram reconhecidos parceiros institucionais, como as câmaras de Braga e Vila Verde, restaurantes locais e produtores de vinho.
O evento serviu ainda para reiterar a importância da colaboração entre o setor público, privado e as comunidades locais na promoção da gastronomia e do turismo regional. Para o futuro, a confraria planeia intensificar as ações educativas junto de escolas e profissionais do turismo, garantindo que os saberes e sabores do Minho permaneçam como um tesouro nacional.