Candidato do PS à Câmara de Braga defende mudança estratégica para o distrito e promete reavaliar projetos municipais.

António Braga, candidato do Partido Socialista (PS) à Câmara Municipal de Braga nas eleições autárquicas de 2025, apresentou ontem propostas para transformar o distrito e aumentar a sua relevância no cenário nacional. Entre as principais medidas estão a criação de uma Área Metropolitana de Braga e a suspensão do projeto de BRT (metrobus), caso seja eleito, por considerar que este poderá agravar os problemas de mobilidade.

Uma nova visão para o distrito

Durante a apresentação dos candidatos do PS às autarquias do distrito, António Braga defendeu a criação de uma Área Metropolitana de Braga, comparável às de Lisboa e Porto, como solução para aumentar a capacidade de reivindicação junto do Governo Central.

“O distrito de Braga tem 850 mil habitantes. Temos de criar uma estrutura forte, que substitua as CIMs [Comunidades Intermunicipais], que são demasiado embrionárias e amadoras, para reivindicarmos apoios e investimentos de igual valor aos concedidos às áreas metropolitanas já existentes,” afirmou António Braga, sublinhando a importância de unir os municípios em torno de objetivos comuns.

O candidato mencionou que, além dos municípios do distrito de Braga, a área metropolitana poderia eventualmente incluir concelhos dos distritos de Viana do Castelo ou Vila Real, mas garantiu que o distrito de Braga, por si só, tem dimensão suficiente para esta transformação.

Alta Velocidade e integração regional

António Braga também destacou a chegada da Alta Velocidade ao concelho de Braga como um momento estratégico para a região. Mencionou a necessidade de criar uma plataforma de transportes que conecte a futura estação a toda a área metropolitana, garantindo uma distribuição equitativa dos benefícios entre os municípios.

“Precisamos de conjugar forças e buscar investimentos para desenvolver esta força motora de forma estratégica e coordenada”, reforçou.

Críticas ao projeto BRT (metrobus)

O candidato socialista teceu duras críticas ao projeto do metrobus (BRT) em desenvolvimento pelo executivo liderado por Ricardo Rio. Para António Braga, o projeto não resolve os problemas de mobilidade e pode mesmo piorar o trânsito no concelho.

“O BRT não passa de um autocarro com duas carruagens elétricas, mas que exige uma via dedicada, reduzindo o espaço de circulação e agravando os congestionamentos. É um erro justificar este projeto apenas porque existem 100 milhões de euros de fundos da União Europeia que é preciso gastar,” afirmou António Braga.

O candidato propôs reavaliar o projeto com base em critérios científicos e técnicos, argumentando que o dinheiro público, seja nacional ou europeu, deve ser gasto com responsabilidade. “Se for possível interromper o processo, eu farei isso. Precisamos de uma solução viável e útil, que responda às reais necessidades das pessoas e evite criar mais problemas,” garantiu.

António Braga concluiu reforçando a sua visão para o concelho e para o distrito: uma gestão focada na eficiência, na modernidade e no aproveitamento responsável dos recursos disponíveis.