Bruno dos Reis, dramaturgo e encenador, é o novo diretor do Teatro Oficina, em Guimarães, e traz uma visão focada na capacitação dos estudantes de teatro da Universidade do Minho (UMinho). Com experiência consolidada em Aveiro, onde liderou o Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro desde 2018, Bruno partilhou algumas das suas propostas numa conversa no Centro Cultural Vila Flor (CCVF).

Apoio à formação e capacitação

Uma das principais metas do novo diretor é complementar a formação dos estudantes da UMinho. Bruno reconhece que, por vezes, as limitações curriculares do curso não oferecem tudo o que os alunos precisam para a sua capacitação completa. Nesse sentido, propõe que o Teatro Oficina funcione como um espaço de apoio:

  • Disponibilização da equipa: Um dia fixo por semana será dedicado para que qualquer pessoa, seja estudante ou profissional, possa pedir apoio nas áreas de interpretação, dramaturgia ou técnica.
  • Modelo de formação mais abrangente: Bruno questiona o modelo de ensaio presencial semanal, acreditando que ele não capacita devidamente os participantes, e defende a criação de programas mais contínuos e completos.
  • Envolvimento da comunidade artística local: O diretor destaca o potencial de Guimarães, onde existem muitos profissionais capacitados que, segundo ele, poderiam contribuir mais diretamente para a formação de novos talentos.

Espetáculos e itinerância

Bruno Reis pretende repensar a forma como o Teatro Oficina se apresenta fora de Guimarães. Em vez de apenas levar espetáculos para outros territórios, sugere a criação de programas paralelos que promovam interações entre os criadores locais e os de outras regiões. Essa abordagem, segundo ele, pode fortalecer os laços culturais e enriquecer ambas as partes.

Visão para o futuro: imaginação, memória e paisagem

Inspirado pelos 20 anos do CCVF em 2025 e pela Capital Verde Europeia em 2026, Bruno propõe explorar temas que conectem a imaginação, a memória, o mito e a paisagem.

  • 2025: A ideia começa com a exploração de uma imaginação mais estéril e se transforma em algo mais pessoal e íntimo.
  • 2026: Foca-se no mito coletivo e na paisagem, como construção final gerada pela imaginação.

Produção anual de espetáculos

Outra meta importante é o lançamento de duas criações por ano:

  1. Uma produção mais colaborativa, envolvendo a comunidade artística local.
  2. Uma obra mais autoral e íntima, criada com um grupo restrito, possivelmente uma companhia residente.

Bruno Reis traz consigo uma abordagem que alia inovação, colaboração e valorização do talento local, procurando transformar o Teatro Oficina num espaço central para a criação artística e o desenvolvimento cultural em Guimarães.

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