Líder do PSD critica programa eleitoral socialista e apela à responsabilidade orçamental
O presidente do PSD, Luís Montenegro, acusou este sábado o Partido Socialista (PS) de estar a repetir a estratégia de José Sócrates ao apresentar um programa eleitoral que, na sua visão, promete “tudo a toda a gente”. A crítica surgiu durante a apresentação da candidatura de Fátima Alves à Câmara da Póvoa de Lanhoso, no distrito de Braga, pela coligação PSD/CDS-PP – Juntos Pela Nossa Terra.
“No momento em que a Fátima dizia que não vinha fazer falsas promessas, estava alguém, mais longe, a apresentar um programa eleitoral para as legislativas de 18 de maio, à boa maneira de um ex-primeiro-ministro chamado José Sócrates, prometendo tudo a toda a gente”, declarou Montenegro, apontando ao PS, que divulgou o seu programa em Lisboa este sábado.
Para o também primeiro-ministro em gestão, a política de promessas generalizadas é um “caminho para o empobrecimento”, alertando que prometer sem ter garantias de execução é irresponsável. “Esse é o primeiro passo para mais dificuldades no futuro do que aquelas que já hoje enfrentamos”, sublinhou.
Montenegro reforçou ainda a importância de gerar riqueza antes de se pensar em distribuí-la. “Se não se criar riqueza, não há distribuição possível. O PS quer distribuir o que não tem e, quando tudo esgotar, lá estarão PSD e CDS a resolver os estragos. É sempre assim”, afirmou.
No programa eleitoral agora apresentado, o PS defende medidas como o aumento anual do salário mínimo nacional em pelo menos 60 euros até atingir os 1.110 euros em 2029, a redução progressiva da semana de trabalho para 37,5 horas, a aplicação permanente do IVA zero num cabaz alimentar e a descida da taxa de IVA para 6% na eletricidade (até 6,9 kVA).
Os socialistas propõem ainda uma reforma fiscal “inteligente e seletiva” que vise uma distribuição mais justa dos rendimentos e incentive o investimento privado.