Redução de quase 3 mil elementos no terreno é compensada com reforço de aeronaves e possibilidade de mobilização rápida
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para o verão de 2025 contará com menos operacionais no terreno em relação ao ano passado, mas será reforçado com mais meios aéreos e capacidade de resposta rápida em situações críticas.
De acordo com a Diretiva Operacional Nacional (DON), a que a Lusa teve acesso e que será aprovada esta quarta-feira pela Comissão Nacional de Proteção Civil, o número de operacionais previstos para o período mais exigente — de 1 de julho a 30 de setembro, o denominado nível Delta — será de 11.161, menos 2.994 do que os 14.155 registados em 2024.
Apesar da redução, a estrutura poderá ser reforçada com até 3.863 operacionais adicionais em apenas 24 horas, em caso de necessidade, elevando a capacidade total para mais de 15 mil elementos. Este reforço será assegurado, principalmente, por bombeiros voluntários.
Mais meios aéreos, menos vigilância terrestre
Embora o dispositivo terrestre veja uma redução de equipas (menos 869) e viaturas (menos 756), o número de meios aéreos será superior, podendo atingir um total de 76 aeronaves — mais quatro do que no ano anterior — segundo fonte da Proteção Civil.
O maior contingente de operacionais continua a ser assegurado pelos bombeiros, com 8.148 elementos, dos quais 3.799 pertencem às Equipas de Intervenção Permanente (EIP). Seguem-se o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) com 2.248 operacionais, a GNR com 449 e a Força Especial de Proteção Civil com 74.
A diminuição global de efetivos justifica-se, em parte, pela exclusão este ano da contabilização de estruturas de vigilância da GNR, da PSP e de postos de vigia, que em 2024 faziam parte do dispositivo considerado como meios de combate.
Reforços progressivos antes do verão
A DON prevê ainda um planeamento faseado do reforço de meios. O primeiro reforço ocorre a 15 de maio, com 8.882 operacionais, 1.788 equipas e 1.873 viaturas em ação. Um novo reforço acontece a 1 de junho, culminando a 1 de julho com a ativação plena do DECIR, quando o dispositivo atinge a sua máxima capacidade operacional.
A Diretiva Operacional Nacional, aprovada anualmente, estabelece os recursos, organização e metodologia do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro, garantindo a articulação entre forças de segurança, bombeiros, proteção civil e outros organismos públicos.
A reunião da Comissão Nacional de Proteção Civil decorre hoje na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Carnaxide, concelho de Oeiras, sob a presidência do secretário de Estado da Proteção Civil, Paulo Simões Ribeiro.