CIM do Alto Minho exige reforço urgente de meios aéreos e terrestres, após transferência de helicóptero para Portalegre, numa das regiões com maior risco de incêndios florestais


A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho manifestou forte preocupação com a retirada de um helicóptero de combate a incêndios do heliporto de Arcos de Valdevez, em plena preparação para o período mais crítico de fogos. O meio aéreo foi deslocado para Portalegre, no âmbito de medidas do Governo para colmatar a ausência de cinco aeronaves no Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) 2025.

Num comunicado enviado à agência Lusa, a CIM – que representa os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo – sublinha que, embora reconheça a necessidade de solidariedade entre regiões, espera que o Alto Minho seja igualmente contemplado com um reforço célere de meios, sempre que as condições meteorológicas ou operacionais assim o exijam.

“A retirada ocorre numa das zonas do país com maior risco de incêndios florestais, devido à vasta mancha florestal, ao relevo acidentado, à dispersão populacional e à presença do Parque Nacional da Peneda-Gerês, de elevado valor ambiental, social e económico”, alerta a CIM, com sede em Ponte de Lima.

Apesar de ainda se manter um meio aéreo em Arcos de Valdevez, os municípios do Alto Minho garantem uma postura de vigilância ativa, face aos desafios que se avizinham com a entrada da fase Delta – a mais crítica do DECIR –, que começa na próxima terça-feira, dia 1 de julho, e se prolonga até 30 de setembro.

O secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, justificou a decisão com dificuldades operacionais relacionadas com o concurso da Força Aérea, que ficou deserto, impedindo a total disponibilização dos meios inicialmente previstos.

Com uma área de 222 mil hectares e 208 freguesias, das quais 99 são consideradas prioritárias na prevenção de incêndios (8,9% do total nacional), o distrito de Viana do Castelo exige, segundo a CIM, um dispositivo robusto e à altura do seu histórico de ocorrências.

A CIM do Alto Minho destaca ainda o empenho dos operacionais envolvidos, incluindo bombeiros, sapadores florestais, forças de segurança, técnicos e voluntários, que todos os anos se mostram essenciais na defesa de pessoas, bens e ecossistemas.

A região é composta pelos municípios de Arcos de Valdevez, Caminha, Paredes de Coura, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo, Vila Nova de Cerveira, Ponte da Barca, Monção e Melgaço.

Em paralelo, Portugal deverá contar, a partir da próxima semana, com um reforço de dois aviões anfíbios médios Fire Boss, financiados em 75% pela Comissão Europeia, no âmbito do programa rescEU, num investimento total de 2,6 milhões de euros. Estes meios estarão disponíveis para apoiar o combate a incêndios sempre que os recursos nacionais forem insuficientes.