Um Rolls Royce Silver Ghost de 1920, pertencente ao Museu do Caramulo, ficou gravemente destruído na manhã desta terça-feira, quando o camião que o transportava embateu contra um viaduto sob a A1, na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira.
O impacto arrancou a capota do veículo, um dos clássicos mais raros e valiosos em Portugal, e não se sabe ainda se será possível proceder à sua recuperação. Um modelo semelhante foi vendido há poucos anos pela leiloeira Sotheby’s por quase um milhão de euros.
Regresso de evento histórico
Segundo apurou o Correio da Manhã, o Rolls Royce tinha participado no fim de semana na Corrida dos Fundadores, evento que reúne automóveis anteriores a 1939 e que percorre o trajeto entre Figueira da Foz e Lisboa. O veículo estava a caminho do Porto, onde iria integrar o certame AutoClássico.
No mesmo camião seguiam ainda dois outros clássicos de elevado valor: um Ford A (produzido entre 1927 e 1931) e um Ginetta.
Erro humano em causa
As causas do acidente estão ainda a ser apuradas, mas tudo indica que um erro de cálculo do motorista relativamente à altura do atrelado poderá estar na origem do embate.
Uma peça de coleção com história
O Rolls Royce Silver Ghost em causa foi fabricado no final de 1920 e originalmente carroçado na Bélgica, em Brougham, pela empresa D’Ieteren-Frères-Bruxelles.
Equipado com um motor de 48 cavalos de potência às 1200 rotações por minuto, destacava-se na época por inovações como o sistema de lubrificação avançado e a dupla ignição.
O automóvel foi adquirido em Lisboa, em março de 1956, por João de Lacerda a Bernardino Gomes, tendo o número de chassis 6YE e motor 191. Foi alvo de um restauro com a colaboração do então importador da marca em Portugal, Harry Rugeroni, na sua oficina na Rua Tomás Ribeiro, em Lisboa.
