Portugal com forte potencial para liderar na economia digital

Portugal tem um conjunto robusto de oportunidades para se afirmar como líder na economia digital, revela o Estudo do Impacto da Economia Digital em Portugal, realizado pela ACEPI e GoingNext, em parceria com a Porto Business School. O coordenador científico do estudo, Filipe Grilo, destaca que o país reúne condições únicas para se posicionar na linha da frente da transformação tecnológica.

Segundo o relatório, a tecnologia pode impulsionar ganhos expressivos de produtividade através da automatização de processos, da análise inteligente de dados e da otimização de recursos em praticamente todos os setores de atividade. Para além da eficiência, surgem novos modelos de negócio baseados em dados e algoritmos, que Portugal pode desenvolver e exportar globalmente — desde soluções “as-a-service” até plataformas sustentadas em inteligência artificial.

A cibersegurança é identificada como um setor estratégico com potencial para gerar valor, talento e exportações. Já na sustentabilidade digital, o país pode combinar competências tecnológicas com os seus recursos naturais, reforçando a sua posição na transição energética.

O estudo aponta ainda oportunidades emergentes em áreas como computação quântica, biotecnologia digital, sistemas autónomos e observação da Terra — domínios em que Portugal poderá ganhar relevância se apostar cedo e de forma estratégica.

Para Filipe Grilo, “a maior oportunidade não está apenas numa tecnologia específica, mas na capacidade de usar o digital para resolver bloqueios estruturais da economia portuguesa — aumentar a produtividade, escalar negócios, atrair investimento e qualificar o emprego”.

Gabriel Coimbra, ‘partner’ da GoingNext, sublinha que Portugal “atingiu 84,5 pontos no índice europeu de serviços digitais para cidadãos — acima da média da União Europeia (82,3) — e 84,3 pontos no caso das empresas, próximo da média europeia (86,2)”.

Cerca de 85% dos utilizadores de Internet em Portugal recorreram a serviços digitais da Administração Pública em 2024, 10 pontos acima da média europeia. O número de autenticações digitais cresceu de um milhão em 2015 para quase 30 milhões em 2024, demonstrando uma adesão massiva e sustentada.

Apesar dos progressos, o estudo identifica desafios na interoperabilidade entre sistemas, equidade territorial e literacia digital. A adoção da inteligência artificial ainda é reduzida — apenas 26% dos organismos da Administração Pública Central utilizam estas tecnologias — sendo urgente acelerar essa transição para garantir uma transformação verdadeiramente inclusiva e eficiente.

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