Homenagens, distinções e discursos oficiais marcaram a celebração da identidade e da história vieirense
Vieira do Minho celebrou neste sábado o Dia do Município, assinalando os 511 anos da atribuição do Foral Manuelino por D. Manuel I, em 1514, numa cerimónia marcada pela solenidade, pela memória histórica e pela afirmação da identidade local.
As comemorações tiveram início no exterior dos Paços do Concelho, com o tradicional hastear das bandeiras ao som do Hino Nacional, num momento que contou com guarda de honra dos Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho e com a presença do efetivo da Polícia Municipal. O ambiente cerimonial, pautado pelo respeito institucional, abriu caminho para uma jornada dedicada à história e ao reconhecimento público.
Homenagens a figuras marcantes e aos ex-combatentes
Ao longo da cerimónia foram prestadas diversas homenagens. O Município distinguiu o Dr. Guilherme de Abreu e o Dr. Álvaro de Magalhães, destacando o contributo de ambos para a valorização histórica, cultural e social do concelho. Seguiu-se uma homenagem particularmente simbólica aos ex-combatentes, marcada pela deposição de uma coroa de flores e pela interpretação do Hino do Silêncio — um momento de profundo significado que evocou memória, respeito e gratidão.
A sessão prosseguiu com a imposição de insígnias a três elementos da Polícia Municipal, assinalando o empenho, a dedicação e o espírito de serviço público destes profissionais, num gesto que reforça a importância das forças de proximidade no quotidiano municipal.
Sessão solene no Salão Nobre evocou história, identidade e futuro
No Salão Nobre dos Paços do Concelho decorreram as intervenções oficiais. O Presidente da Assembleia Municipal, Eng. António Lobo Gonçalves, abriu a sessão, seguindo-se o Convidado de Honra, o Vice-Reitor da Universidade do Minho, Professor Hernâni Gerós, que sublinhou a relevância de Vieira do Minho no contexto regional, académico e patrimonial.
O Presidente da Câmara Municipal, Dr. Filipe de Oliveira, encerrou a cerimónia com um discurso centrado na identidade coletiva e na valorização da história local. Recordou que o Dia do Município “celebra a nossa identidade, as nossas gentes, a nossa cultura e a nossa tradição”, e afirmou que o foral concedido por D. Manuel I continua a simbolizar “o reconhecimento da nossa autonomia, da nossa dignidade e da nossa vontade de construir uma comunidade forte e coesa”.
Uma terra com raízes profundas e desafios contemporâneos
Filipe de Oliveira evocou ainda a riqueza histórica de Vieira do Minho, referindo-se à sua importância na História da Península Ibérica, à resistência às invasões francesas e ao protagonismo no movimento de Maria da Fonte. Numa intervenção marcada por forte ligação pessoal ao território, o autarca lembrou:
“Nasci aqui, cresci por cá, constituí família e vivo no concelho. Nunca me desliguei das minhas raízes vieirenses e sempre procurei lutar pelo progresso na minha terra.”
O Presidente da Câmara anunciou também a aprovação do novo regimento das reuniões municipais, que permitirá descentralizar uma reunião mensal aberta à população, reforçando a proximidade entre eleitos e cidadãos. “A política é das pessoas e é para as pessoas”, afirmou.
Demografia, juventude e digitalização entre as prioridades
A projeção do futuro ocupou parte significativa da intervenção. O autarca destacou desafios estruturais como o envelhecimento populacional, a necessidade de fixação de jovens e a adaptação à transição digital, defendendo que cada problema deve ser encarado como uma oportunidade para inovar e fortalecer o concelho.
Nesse sentido, deixou um apelo à participação cívica:
“Participem, questionem, proponham, envolvam-se. Vieira do Minho precisa de cada um de vós.”
Final marcado por confiança e união
A cerimónia terminou com uma nota otimista, reforçando o sentimento de pertença coletiva:
“Vieira do Minho é, e sempre será, a nossa casa. E enquanto caminharmos juntos, não haverá limite para aquilo que podemos alcançar.”
