FC Porto impõe autoridade frente ao Nice e reencontra o caminho das vitórias na Liga Europa

Dragões triunfam por 3-0 no Dragão, com bis de Gabri Veiga e penálti de Samu, consolidando a posição no grupo e deixando para trás dois jogos sem vencer.

O FC Porto voltou às vitórias na Liga Europa ao bater o Nice por 3-0, no Estádio do Dragão, numa exibição sólida e sempre controlada pela equipa de Francesco Farioli. Gabri Veiga foi a figura do encontro, ao assinar dois golos e assumir o ritmo ofensivo dos azuis e brancos, enquanto Samu fechou as contas na segunda parte, de grande penalidade.

O jogo começou praticamente com o marcador a mexer: aos 19 segundos, Pepê conduziu o ataque e serviu Gabri Veiga, que rematou forte e colocou o Dragão em festa. O Nice, sem argumentos para contrariar o domínio portista, só ameaçou aos 20 minutos, quando Moffi tentou o chapéu a Diogo Costa, sem sucesso.

A formação portista manteve a partida sob controlo, ainda que sem grande intensidade ofensiva, limitando-se a circular a bola e a fechar espaços aos franceses. Aos 33 minutos, Veiga voltou a marcar, após excelente lance individual de Froholdt na direita, que assistiu o espanhol para o 2-0.

Já perto do intervalo, Samu ainda esteve perto do golo, mas o resultado manteve-se até ao descanso. O Dragão levantou-se também para aplaudir a conquista do Mundial sub-17 pela Seleção Nacional.

No segundo tempo, o FC Porto continuou confortável. Bednarek entrou para o lugar de Varela e Samu esteve muito perto de aproveitar um erro defensivo logo aos 53 minutos. Pouco depois, o avançado espanhol foi derrubado por Dante dentro da área, com o VAR a chamar o árbitro para rever o lance. Na conversão, Samu não falhou e aumentou para 3-0.

A partir daí, o Nice entrou em desespero, com parte dos seus adeptos a abandonar o estádio. As substituições francesas trouxeram algum ímpeto, com duas ocasiões seguidas, mas a mira manteve-se desafinada. Farioli respondeu com mais alterações, dando minutos a Luuk de Jong, Rodrigo Mora e Eustáquio — este último ovacionado, ao cumprir 150 jogos pelos dragões. Diogo Costa, por sua vez, atingiu a marca das 100 partidas no Dragão.

O ritmo baixou drasticamente nos últimos 15 minutos, com o FC Porto a gerir a vantagem e o Nice resignado ao desfecho. Com esta vitória, os portistas somam dez pontos e deixam para trás a derrota com o Nottingham e o empate frente ao Utrecht, reforçando a candidatura ao apuramento.

Francesco Farioli, treinador do FC Porto, em declarações na Flash Interview da Sport TV, após o triunfo por 3-0 sobre o Nice, numa partida a contar para a quinta jornada da Liga Europa.

«Mais fácil? Não, de todo. Claro que o golo cedo ajudou a colocar o jogo na direção certa. Acho que depois a exibição, especialmente na primeira parte, foi muito boa. Concedemos quase nada contra uma equipa que, na frente, tem qualidade para ser perigosa no contra-ataque ou em algumas combinações. Portanto, penso que foi, sobretudo na primeira parte, muito bem jogado. Na segunda parte, acho que baixámos um pouco na posse de bola, a precisão de passe desceu um pouco. E isso abriu o jogo para alguns momentos ‘sujos’ que nos poderiam ter custado um golo, apesar de não termos concedido muito.
Portanto, é bom ter resultados positivos, mais uma baliza inviolada. E, sobretudo, a oportunidade agora de mudar rapidamente o chip para preparar o Estoril, que em 72 horas será o nosso próximo adversário aqui no Dragão.»

«Sim, acho que esta parte de estar ligado, focado, atento a cada momento é essencial no futebol em geral. Claro que o golo do 1-0 ajudou a pôr o jogo na direção certa. Mas repetir que estava 0-0, porque só tinha passado um minuto… Se te desligas depois disso, às vezes é difícil voltar a encontrar a luz. Por isso foi importante manter a mente afiada, o desejo de marcar o segundo golo o mais cedo possível, se fosse possível. E acho que nisso estivemos bem. Claro que a exibição do Gabri hoje foi de topo: dois golos, a assistência que originou o penálti para o Samu. Portanto, acho que houve muitas coisas boas e há sempre áreas para melhorar. A gestão da bola na segunda parte, alguns momentos em que podíamos ter explorado melhor o espaço pela frente. Agora é tempo de virar a página, mudar o chip para a Liga, porque a nossa maratona continua.»

«Claro que esperamos certas coisas, mas depois depende sempre dos jogadores estarem lá quando o momento surge. E de tomarem a decisão certa, aproveitando a oportunidade. Acho que o jogo do Gabri hoje foi realmente muito bom. Não é o primeiro jogo em que o vemos neste nível. Tenho em mente outros jogos em que já mostrou quem é com bola, decidindo com golos ou assistências. Mas também pelo esforço que faz pela equipa. Isso é muito bom e muito importante para nós.»

«Acho que esteve bem. A sua contribuição foi fundamental na ação do penálti. Ligou bem com o Gabri e isso levou-nos à situação de campo aberto. Portanto, acho que esteve bem. Claro que precisa de trabalhar, porque não é a sua posição natural. Mas acho que nos deu o contributo que procurávamos.»

«É importante ganhar contra uma equipa vinda de um campeonato do top-5. Agora teremos mais três jogos, dois deles aqui no Dragão. Como mencionei na entrevista anterior, quero realmente agradecer aos adeptos. Mesmo com o início antecipado do jogo, deixaram o estádio praticamente cheio. Precisamos deles e vamos precisar deles neste novo bloco com muitos jogos em casa.»

Declarações do treinador do Nice, Franck Haise, na sala de imprensa do Estádio do Dragão, em jogo da quinta jornada da fase de liga da Liga Europa:

Como é que o 1-0 aos 18 segundos altera tudo:

«Claro que traz alterações ao plano que tínhamos. Não mudámos os planos, na verdade, mas na fase em que estamos… não é a melhor fase para a equipa e sofrer golo no início e é preciso gerir a situação, não é a melhor forma de começar. É dar um tiro nos pés, sobretudo com um adversário desta natureza. Sofrer um golo aos 18 segundos complica as coisas e estou a ser simpático ao dizer isto.»

Se houve falta de vontade e motivação:

«Não, houve outros jogos em que estive bem mais abatido. O resultado é este, perdemos 3-0, ninguém está satisfeito, temos de fazer muitas coisas bem melhor. Vi muita coisa positiva, claro que quando perdemos 3-0 é difícil ver coisas positivas, mas os jogadores que entraram fizeram coisas interessantes, com garra.»

Saída de muitos dos adeptos depois do 3-0 aos 61 minutos:

«Eu compreendo, é difícil de digerir quando sofremos golo aos 20 segundos e vamos para o intervalo a perder 2-0. Compreendo os adeptos, já eu sou treinador e não posso ir embora ao intervalo.»

Dificuldades de Dante no jogo:

«Se hoje tivesse mais latitude em algumas posições… eu tenho de salvaguardar alguns jogadores, o Dante é importante, não está a 100 por cento, só teve uma semana de treinos, mas fez o melhor possível. Mas é difícil para ele nesta fase, vamos ver como evolui. Foi importante para o jogo.»

Sobre o seu lugar como treinador no Nice, que leva cinco derrotas seguidas:

«Isto é uma profissão que adoro, sei que tem momentos difíceis. Se ponho em causa a minha posição, falo com a direção. Se a solução for eu sair, aceito de livre vontade. Estou sempre a questionar-me e a fazer uma reflexão, eu e junto com a equipa técnica. Se tiver de sair, muito bem, mas tenho sempre um espírito combativo.»

Se isso é um pedido de demissão:

«Não, não foi isso que eu disse. Se falarmos e eu tiver de sair, compreendo. Não vou demitir-me, significaria atirar a toalha ao chão. Eu tenho responsabilidades, quero assumi-las, mesmo quando não corra bem.»

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here