Apesar das descidas na farinha e no açúcar, o aumento expressivo do custo dos ovos deverá pesar no orçamento das famílias nesta época festiva.
O tradicional cabaz de Natal vai ficar mais caro este ano, sobretudo devido ao forte aumento do preço dos ovos, que desde janeiro já subiram quase 32%. Os dados são da Deco – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, enviados à agência Lusa, e apontam para um impacto direto no custo dos doces típicos desta quadra, como rabanadas, sonhos ou bolo-rei.
No primeiro dia de 2025, meia dúzia de ovos custava 1,61 euros. Porém, a 19 de novembro, o mesmo produto já atingia os 2,12 euros, um agravamento de 31,68%. Este valor, que representa o pico anual, mantém-se inalterado desde 22 de outubro. O preço mais baixo foi registado no início do ano, entre 1 e 29 de janeiro, período em que o valor se fixou nos 1,61 euros. Logo no início de fevereiro verificou-se o primeiro aumento, ainda que ténue — apenas um cêntimo. A partir daí, iniciou-se uma trajetória de subida, com destaque para a semana entre 19 e 26 de março, quando o preço disparou de 1,70 euros para 2,05 euros.
Em contraste, os ingredientes base da confeção de doces — açúcar e farinha — registaram descidas ao longo de 2025. O açúcar branco passou de 1,26 euros por quilo, no início do ano, para 1,17 euros a 19 de novembro, uma queda de 7,14%. Apesar disso, o preço oscilou bastante, atingindo um máximo de 1,30 euros a 21 de maio e um mínimo de 1,15 euros a 12 de novembro.
Também a farinha para bolos ficou mais barata: desceu de 1,83 euros para 1,56 euros por quilo, o que representa uma redução de 14,75%. O valor mais elevado — 1,87 euros — foi registado a 19 de fevereiro e repetido a 19 de março e 7 de maio. Já o preço mínimo, 1,57 euros por quilo, ocorreu a 24 de setembro.
Apesar destas descidas, o forte aumento do custo dos ovos deverá sobrepor-se às reduções verificadas nos restantes ingredientes, tornando a preparação dos tradicionais doces de Natal mais dispendiosa para as famílias portuguesas.
