O Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, anunciou, através de carta pastoral, que não haverá visita pascal neste ano em nenhum ponto da arquidiocese de Braga, que inclui as paróquias do distrito e ainda de Vila do Conde e Póvoa de Varzim.

Na carta pastoral, enviada às paróquias, D. Jorge Ortiga apela ao dever cristão de proteger a vida, apontando como “pecado” atentar contra ela. “Em momentos de epidemia, compete ao cristão sacrificar tudo para a defender”, escreve a figura máxima da igreja no distrito.

D. Jorge aponta a Páscoa como “a nossa festa maior”, mas deixa como orientação pastoral várias medidas a ter em conta para serem aplicadas pelas paróquias.

“Durante as celebrações do Tríduo Pascal, procure-se evitar todo o tipo de contacto que possa servir de transmissão: a veneração da cruz na celebração da Paixão do Senhor, por exemplo, far-se-á com a inclinação profunda, ou com a genuflexão. Além disso, tal momento pode ser acompanhado com cânticos ou com a leitura de textos apropriados”, escreve D. Jorge.

“Na Vigília Pascal e no Domingo de Páscoa, não deve apresentar-se, como é costume, a cruz com o Ressuscitado, para o beijo ou saudação com o toque da mão”, acrescenta.

“No Domingo de Páscoa, na segunda-feira de Páscoa ou no Domingo de Pascoela, o “Compasso” ou “Visita Pascal”, mesmo tendo presente a enraizada tradição das comunidades da nossa região, não se irá realizar”, assegura.

“Conhecedores da situação atual [do coronavírus], cabe-nos lutar arduamente contra todas as fontes possíveis de contágio”.

“Encontramo-nos numa situação extraordinária e, nesse sentido, tenho a missão de providenciar que tanto os presbíteros como os fiéis procedam corretamente para evitar qualquer hipótese de contágio”, escreve o responsável.

De acordo com a Direção-Geral da Saúde, até à meia-noite de ontem estavam confirmados 59 casos de COVID-19.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou ontem a doença como pandemia, tendo em conta os “níveis alarmantes de propagação e inação”: “Podemos esperar que o número de casos, mortes e países afetados aumente”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Desde dezembro, em mais de uma centena de países, mas a maioria (cerca de 63 mil) conseguiu recuperar da doença provocada pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.